A CRV Lagoa, de Sertãozinho (SP), pioneira na genética bovina no Brasil, passará a se chamar apenas CRV, acompanhando uma reformulação mundial da marca da empresa, que tem sede na Holanda e que atua em 60 países. O novo nome foi anunciado pela filial brasileira junto com um plano de expansão para 2021 que exigirá R$ 12 milhões em investimentos nas áreas de produto, marketing, produção e qualidade. “Crescemos com lucro nos últimos dois anos e queremos crescer 30% em 2021”, explica Rudi den Hartog, presidente do Grupo CRV no Brasil. “O mercado está firme e acompanha a profissionalização da pecuária brasileira”, diz Hartog.
O grupo é formado pela CRV, que comercializa sêmen bovino com marca própria, e pela Bela Vista, de Botucatu (SP), uma central de coleta de sêmen que produz para a CRV e para o mercado em geral. Ano passado, as duas empresas venderam em conjunto 4,6 milhões de palhetas de sêmen no Brasil, 35% a mais que em 2019. O volume representa cerca de um terço do mercado brasileiro de sêmen bovino. Em 2020, o faturamento agregado alcançou R$ 60 milhões.
O ano de 2021 começou de forma muito positiva. As vendas de sêmen com a marca CRV cresceram 75% com relação ao mesmo mês de 2020. E na Bela Vista registrou o melhor janeiro de sua história. “O mercado está crescendo e nos preparamos para crescer com ele”, explica Hartog.
Rudi den Hartog, presidente do Grupo CRV no Brasil: “o mercado está firme".
Além da demanda do mercado, a esperada expansão em 2021 virá de uma combinação de vários fatores. A comunicação da nova marca é um deles. “Trata-se de um esforço mundial e faremos nossa parte no Brasil”, diz Cesar Franzon, gerente de inovação da CRV: “Anunciamos a nova marca em uma convenção virtual com participação recorde de vendedores e consultores”. Uma nova gerência de marketing foi estruturada para trabalhar essas mensagens. “Vamos destacar nossos diferenciais de saúde e de eficiência animal, além da tecnologia da empresa que tem 150 anos de experiência nesse setor”, diz Sandra Castilho, responsável pela nova área.
A CRV aposta também na renovação do portfólio: 80 novos touros de fornecedores brasileiros e norte-americanos foram agregados ao plantel em 2020 e novos animais chegarão em 2021. “Continuaremos a oferecer produtos de todas as raças de corte e de leite, mas o foco será naquelas de grande demanda, como Nelore, Angus e Gir”, explica Flávio Moraes, gerente executivo de vendas da CRV.
Outra mudança para 2021, segundo Moraes, é a força de vendas da empresa, que cresceu 17% em 2020 e vai aumentar ainda mais em 2021, com novas frentes comerciais, maior capacitação de seus representantes comerciais e novas ferramentas de relacionamento e atendimento ao cliente. Uma das novidades será a venda por e-commerce, que já passou por uma fase piloto e será agora acelerado.
Preparação para o crescimento começou em 2020
O grupo CRV vem se preparando para esse momento desde 2020. Ano passado, por exemplo, a Central Bela Vista ampliou em 20% sua capacidade de produção em Botucatu/SP. Possui hoje 528 piquetes, com 800 touros no plantel. É a maior central da América Latina. A empresa também investiu em novos laboratórios de análise genética, para melhor controle de qualidade. “Estamos em linha com o que há de mais moderno na Europa”, diz Gerson Sanches, gerente de operações da Bela Vista. “Em dezembro, nos tornamos a primeira central do país com o certificado antibrucelose e antituberculose”, conta Sanches.
A CRV vai também mudar sua estrutura administrativa. Em dezembro de 2020, a empresa vendeu a grande propriedade rural em Sertãozinho/SP, onde se localiza a sede da empresa, e prepara-se para se mudar para Ribeirão Preto (SP). “Será um escritório moderno que abrigará as áreas administrativa, financeira, comercial, marketing, pesquisa e desenvolvimento de produtos”, diz o presidente Rudi den Hartog. “Vamos investir em pessoas e em um bom ambiente de trabalho para atender as demandas do mercado com velocidade e qualidade.” A mudança para Ribeirão Preto deve acontecer no primeiro semestre deste ano.