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Cuide-se: a vida está longa

Prevenção de quedas é o melhor remédio

Oficinas grátis unem exercícios de força e alongamento


O projeto Prev-Quedas da UFF atende adultos e idosos sem limites de idade. (Fotos:divulgação)

Conforme envelhecemos fica cada vez mais difícil manter uma marcha firme e equilíbrio postural, aumentando o risco de quedas.  E as quedas no idoso são potencialmente graves, visto que podem resultar em fraturas, inclusive a do fêmur, que tem alta mortalidade e gera internação prolongada, ressalta a reumatologista Pâmela Goldstein, do Hospital São Vicente de Paulo.

 A melhor forma de tratamento de fratura em idosos é a prevenção. Para isso, existem os programas de prevenção de quedas voltados para os idosos e oferecidos, de forma gratuita, pelas universidades públicas do Estado do Rio de Janeiro, como a UNATI - Universidade da Terceira Idade - que fica localizada na UERJ, e pelos grupos Prev-quedas da UFF e Prev-quedas da UFRJ.

 


Atividades voltadas para a prevenção de quedas

O Prev-quedas da UFF é coordenado pelo professor Dr. Edmundo Alves Júnior, 67, desde 2001. É um Programa de Extensão da universidade, gratuito, e atende a comunidade de Niterói, São Gonçalo e outros locais com atividades físicas voltadas para a prevenção de quedas.  "O Projeto é voltado para o público adulto e idoso, sem limitação de faixa etária. Temos exercícios de força, alongamento, tratamento oncológico, prevenção de quedas e de incontinência urinária. Nossas oficinas são oferecidas duas vezes por semana pela dificuldade de espaço e das limitações das bolsas que são reduzidas", explica o professor Edmundo. Hoje, o Projeto está reintroduzindo a hidroginástica para a prevenção de quedas,  oficina que converge o maior número de interessados: as 80 vagas já foram todas preenchidas.   "Acredito que a "melhor idade" é a que a gente tem hoje, e que devemos aproveitar cada idade sem aceitar os estereótipos que são colocados pelas pessoas, ou até por nós próprios. Não devemos aceitar sermos renegados a um segundo plano, pois somos cidadãos de direitos, devemos ser inseridos na sociedade. Esse é o papel da Universidade no projeto", ressalta o professor.

Dalva Faber, 67, está há 15 anos no Previ-quedas da UFF. "Isso aqui é um amor pra gente. Os exercícios são bons, saudáveis e aplicáveis à terceira idade".  Ilza Valente, 72, há dez anos frequenta o Previ-quedas UFF: "eu acho aqui um espaço maravilhoso, e quando entra as férias eu sinto falta. A hidroginástica me desenvolveu muito, é perfeita e completa, principalmente na parte da manhã, com o sol".

Ambiente seguro em casa e vitaminas são essenciais

Dra. Pâmela explica que várias medidas podem ser tomadas para diminuir os riscos de queda nos idosos. A prática regular e contínua de exercícios físicos, supervisionados por profissionais treinados, gera fortalecimento muscular e treinamento da marcha e do equilíbrio postural, e é uma delas. Outras medidas importantes: a suplementação adequada de vitamina D sob orientação médica;  ter um ambiente seguro com instalação de corrimão nas escadas, barras de apoio no box e próximo ao assento sanitário; cuidar da iluminação, principalmente com luz noturna; ter cuidado com tapetes e móveis de quina e não armazenar coisas no alto para evitar ter que alcançar ou escalar; consulta oftalmológica regular para checar acuidade visual e necessidade de uso de óculos ou correção de catarata; atenção para dores crônicas em pés, que são muito comuns em idosos e podem aumentar o risco de quedas; uso de sapatos bem ajustados e com solado preferencialmente emborrachado. A doutora acrescenta, que é muito importante conversar sempre com o médico sobre quedas anteriores, problemas de saúde e medicações em uso, para que possam ser feitos ajustes, a fim de se diminuir o risco de quedas e prevenir e tratar a osteoporose.



Para a fisioterapeuta e especialista em geriatria e gerontologia, Liliam Zeza, 37, a população idosa apresenta diversos sintomas previstos relacionados com a idade avançada: dificuldade para enxergar, visão reduzida, limitações no momento da locomoção, força muscular diminuída, alterações no equilíbrio entre outros sintomas. "Os principais cuidados em relação a prevenção de quedas do idoso tem como principal análise a observação do ambiente domiciliar deste indivíduo. É preciso evitar excesso de objetos na área de circulação, pois a disposição de tapetes e móveis podem levar a uma queda da própria altura".

 A fisioterapeuta e especialista em Reeducação Postural, Catarina Cavalcante, informa que é preciso estimular o equilíbrio do idoso. "O paciente que quase não sai, fica confinado em casa, tem o campo visual limitado, pois está sempre em um ambiente que domina, que conhece, e acaba se acomodando. O idoso deve ir para a rua, seja de mãos dadas com alguém ou com uma bengala, mas é necessário que tenha um estímulo para que o sistema nervoso tenha uma resposta para um desafio", afirma. Ficar quietinho, paradinho, não gera menos dor na articulação, pois, segundo ela, o que um osso perde, deforma, dependendo da idade do paciente, não vai mais voltar a forma antiga. "Mas se pode dar um bom suporte para esta articulação através de uma musculatura bem trabalhada e mais forte, melhorando a vascularização e mantendo a qualidade de um osso saudável através do estímulo da marcha", diz Catarina.

A expectativa de vida do brasileiro em 1980 era de 62,58 anos. De acordo com a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), poderá atingir 81,2 anos em 2060. Segundo as previsões, o número de idosos com 80 anos ou mais, em 2060, poderá passar de 19 milhões.

 

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