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Pandemia: cinemas brasileiros perderam R$ 1,1 bilhão em receita e 64 milhões de espectadores

Iniciativa 'Fundo de Volta aos Sets' apoia financeiramente retomada das produções cinematográficas nacionais

Por Edison Corrêa em 25/02/2021 às 16:39:31

Foto: Divulgação

Segundo a Federação Nacional das Empresas Exibidoras de Cinema (Feneec), apenas entre o período de março a julho de 2020, os cinemas brasileiros perderam cerca de R$ 1,1 bilhão em receita e 64 milhões de espectadores com as medidas de isolamento social determinadas para conter a disseminação da covid-19. Mesmo com a retomada gradual das atividades, o setor audiovisual independente foi um dos mais afetados.

Diante disso, foi criado o "Fundo de Volta aos Sets", lançado pelo projeto Show Me The Fund, de apoio à retomada das produções cinematográficas brasileiras, que deve ser acompanhada pela implementação de protocolos sanitários para evitar a disseminação da Covid-19. Até o momento, a iniciativa registra 179 inscrições. Os recursos são direcionados a produtoras brasileiras independentes que tenham filmagens planejadas para 2021 e serão distribuídos em aportes de R$ 19 mil.


Foto: Divulgação

De acordo com Mary Morita, gerente executiva do Brazilian Content, uma das parceiras do Show Me the Fund, o projeto é uma parceria entre a Brazilian Content, Cinema do Brasil e o Projeto Paradiso, com o aporte de US$400 mil – aproximadamente R$ 2 milhões da Sony Pictures Entertainment, por meio do Sony Global Relief Fund. “As medidas de distanciamento impactaram o setor audiovisual, principalmente a filmagem de obras e a fruição de conteúdo em salas de cinema. Além disso, a produção brasileira já vinha de um momento de fragilização decorrente da demora na liberação de recursos e análise de projetos. Nesse contexto de indefinição, as produtoras com projetos já filmados focaram na pós-produção e outras no desenvolvimento de novos conteúdos”, explica Morita.

Segunda ela, na retomada gradual das filmagens, a adaptação das produções aos protocolos sanitários de prevenção à Covid-19 nos sets elevou os custos a uma média de 20% com a compra de EPIs (equipamentos de proteção individual), realização de testes, adaptação da infra-estrutura de produção, contratação de profissionais focados na saúde da equipe. “O mercado internacional, por meio dos fundos, co-produções, licenças e pré-venda, além de branded content e investimento direto de canais e plataformas de streaming, ocuparam o lugar do financiamento público e se configuraram como essenciais para a produção independente se movimentar”, avalia Morita.


Mary Morita: impacto no setor audiovisual. Foto: Divulgação

Os dados mais recentes da Pesquisa Anual de Serviços do IBGE (2017) e do SICAV-Firjan reportam que o setor audiovisual representa 0,48% do PIB Nacional, emprega direta e indiretamente 330 mil pessoas e recolhe, também entre impostos diretos e indiretos, R$ 3,25 bilhões. “Mesmo com o surgimento e o acesso a novos fundos e a retomada gradual das produções, é possível que os impactos da pandemia se prolonguem por tempo indeterminado. Mas os números são uma amostra da importância e do impacto dessa indústria na economia do país e a importância da sua volta. Retomar as atividades de forma sustentável e sem colocar em risco a saúde das equipes é uma prioridade”, conclui Morita.

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