Pesquisa realizada pela Universidade Federal Fluminense aponta que o Brasil pode atingir um pico de cinco mil mortes por Covid-19 em um único dia, caso não haja uma aceleração do ritmo da vacinação e nem um reforço nas medidas de distanciamento social. A avaliação é do professor Márcio Watanabe, do Departamento de Estatística da UFF. O estudo tem como base a análise de dados da pandemia em mais de 50 países, entre os meses de setembro de 2020 e março deste ano.
De acordo com o levantamento, além dos fatores de risco, há ainda outro indicador que deve ser considerado: a sazonalidade da doença, ou seja, período em que a propagação do vírus tende a ser maior, o que acontece com a chegada do outono e do inverno. De acordo com o professor, este é um dado importante, e que pode auxiliar as autoridades no planejamento para enfrentar a doença.
Márcio Watanabe adverte que, entre este mês e maio, a pandemia tende a se agravar em países do Hemisfério Sul, em particular no Brasil. A estimativa aponta que, de abril até início de maio, o País pode chegar à marca trágica de três mil a cinco mil mortes diárias pelo novo coronavírus.
Ouça no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br) a reportagem da Rádio Nacional sobre o alerta do professor Márcio Watanabe de uma aceleração do contágio da doença do novo cornavírus (SARS-CoV-2) no Brasil, com a chegada do outono.
Frente a perspectiva de aumento no número de casos de Covid-19 no Brasil, o professor do Departamento de Estatística da UFF ressalta que algumas medidas podem ajudar a frear a propagação do vírus. No entanto, na avaliação de Watanabe, o mundo poderá conviver com a COVID-19 da mesma forma que faz com outras doenças respiratórias, como a pneumonia. E, mesmo com a vacina, a doença será endêmica, registrando casos ao longo do tempo.
Sobre a preocupação em relação às Olimpíadas, que serão realizadas no Japão, o professor avalia como positivo o evento acontecer no mês de julho, antes da chegada do outono no Hemisfério Norte, em setembro, período em que os países europeus e asiáticos, assim como os EUA, poderão enfrentar nova tendência generalizada de alta de casos de covid. Isso, principalmente naqueles que não tiverem avançado na vacinação.
Fonte: RadioAgência Nacional