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Witzel perde recurso para adiar depoimento no impeachment

Governador afastado mudou escritório da defesa, e pediu tempo para que novos advogados tomassem conhecimento do processo e ajustassem estratégia

Por Portal Eu, Rio! em 07/04/2021 às 13:11:33

Em rápida entrevista, na porta da sala da sessão do Tribunal Especial Misto, Wilson Witzel admitiu que terá que depor ainda hoje no processo de impeachment. Foto: Portal Eu, Rio!

O governador afastado do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, teve negado pelo Tribunal Especial Misto um recurso para adiar o depoimento dele no processo de impeachment, marcado para hoje, quarta-feira, 7 de abril. Witzel alegava que seus novos advogados precisavam de tempo para ajustar sua estratégia de defesa face às acusações de liderar e se beneficiar de um esquema de favorecimento ilegal e cobrança de propinas nos gastos de Saúde. Derrotado no Supremo Tribunal Federal em sua pretensão de ter acesso integral aos termos da colaboração premiada em negociação pelo ex-secretário de Saúde do Estado, Edmar Santos, Witzel admite que terá de depor ainda hoje no Tribunal Especial Misto.

Juiz de carreira até pouco antes de ser eleito governador do Estado do Rio, Witzel evitou críticas mais duras às decisões do colegiado. 'Decisão judicial se cumpre, mesmo que posteriormente se possa recorrer,' argumentou, em tom professoral. O governador afastado explicou a mudança da equipe de advogados pela necessidade de ajustar sua estratégia. Na noite de ontem, de acordo com ele, consolidou-se a divergência com o escritório anterior. Witzel aposta suas fichas em que as investigações revelem sua inocência, com o comando das irregularidades e esquemas fraudulentos a cargo de pessoas com as quais não teria relação, mesmo sendo o chefe do Executivo estadual.

Witzel citou trechos em comum dos depoimentos do empresário Edson Torres e do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, que apontam para um empresários chamado José Carlos Mello, a quem caberiam as orientações sobre a indução de concorrências e a montagem dos esquemas de favorecimento e dispensas de licitação.

Na rápida entrevista, modelo 'quebra-queixo', na entrada do prédio do Tribunal de Justiça, Witzel não negou as irregularidades apontadas pelas investigações do Ministério Público Federal e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro que conduziram a seu afastamento, procurando repisar uma alegada ignorância sobre os esquemas.

Em tom solene, ao abrir a rápida entrevista, o governador afastado manifestou a solidariedade com as famílias dos mais de quatro mil mortos pela Covid-19 e as mais de 320 mil vítimas fatais desde o início da pandemia. Witzel sustentou que o julgamento era 'de um governo inteiro, não apenas de um homem', e lembrou os mais de quatro milhões de votos que recebeu, como 'uma esperança de mudar os rumos da política no Estado'.

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