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Dia Mundial de Combate ao Mal de Parkinson é celebrado

Data foi criada para conscientizar a população sobre essa doença, que atinge pessoas em todo o mundo

Por Portal Eu, Rio! em 11/04/2021 às 12:49:58

Foto: Divulgação

Hoje, domingo (11/04), é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Mal de Parkinson, uma data criada para conscientizar a população sobre essa doença, que atinge pessoas em todo o mundo, levando a incapacitações importantes e afetando diretamente o dia a dia de quem desenvolveu a enfermidade.


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Caracterizada por interferir diretamente nos movimentos do indivíduo, causando rigidez, tremor e bradicinesia - movimentos lentificados -, é preciso ficar atento aos sintomas iniciais para que o tratamento comece rapidamente, diminuindo, desta forma, a evolução mais rápida da doença, que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), acomete 1% da população mundial com mais de 65 anos. Estima-se que, no Brasil, haja cerca de 200 mil pessoas com a doença.


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A seguir, o geriatra Davis Taublib, médico responsável técnico do lar de idosos gerido pelo Froien Farain, na Tijuca, Zona Norte do Rio, elucida algumas dúvidas a respeito do assunto.

1. Quais as causas e fatores de riscos da doença?

“Existe muita pesquisa em torno disso. Há o fator genético; as intoxicações por contato com substâncias químicas – como os medicamentos -, que prejudicam o organismo e podem provocar a destruição de áreas específicas do cérebro e ocasionar a doença; além de traumas de repetição, como na Síndrome do Pugilista, que é uma doença neurodegenerativa progressiva, causada por repetidos golpes na cabeça. Quando se identifica que a doença ocorre por uso de algumas medicações, pode ser reversível. Mas a maioria dos casos aparece de causas indeterminadas, caindo no grupo das doenças neurodegenerativas (doenças em que ocorre a destruição progressiva e irreversível dos neurônios).

2. Como prevenir?

Devemos sempre estar atentos às causas reversíveis, porém, infelizmente, ainda não temos nada comprovado para a maioria dos casos que possamos prevenir.

3. É possível manter as atividades diárias com o Mal de Parkinson?

A doença possui vários estágios. Nos níveis iniciais e moderados, as funções motora e mental possibilitam manter as atividades, mas à medida que avança, há um comprometimento progressivo.

4. Os estágios dessa doença se agravam rapidamente?

A velocidade de progressão varia muito. O tratamento pode influenciar, assim como os recursos terapêuticos não medicamentosos, como, por exemplo, a fisioterapia.

5. Quais os principais sintomas e dificuldades do dia a dia?

Varia de pessoa para pessoa. Para uma senhora que socialmente joga cartas frequentemente, por exemplo, o tremor, por menor que seja, vai prejudicá-la. Não será apenas o tipo de manifestação que vai mudar a vida das pessoas, mas os hábitos do indivíduo. São eles que vão definir o impacto na qualidade de vida. A rigidez e a lentidão nos movimentos podem impactar na capacidade física e desportiva, tanto nas tarefas domésticas como na vida social. Pode, ainda, ocorrer declínio mental e demência, causando grave impacto no dia a dia da pessoa e da família. E ainda distúrbios de deglutição podem surgir levando a pneumonias de repetição e desnutrição.

6. O Parkinson pode ser confundido com outras doenças?

Sim. Várias doenças cursam com sintomas parkinsonianos, porém não se trata de Doença de Parkinson. O maior exemplo é o parkinsonismo medicamentoso, no caso de doenças psiquiátricas e tambem para distúrbios labirínticos.

7. O Mal de Parkinson tem cura ou algum tratamento recomendado?

Infelizmente não tem cura a não ser que seja em um dos casos acima (causada por medicamento ou confundida com outra doença). Existem medicações clássicas, como a levodopa associada a benserazida, e mais recentes, como a rasagilina, assim como o pramipexol e similares, mas o mais antigo e mais efetivo continua sendo a levodopa. Há, ainda, indicações específicas para cirurgia, mas apenas em casos mais graves em que já não há resposta terapêutica ou quando as medicações apresentam graves flutuações de resposta com impacto na qualidade de vida ou com graves efeitos colaterais.

8. Existe alguma alteração de expectativa de vida para os portadores da doença?

Sim. À medida que a doença avança, a qualidade vida diminui, assim como aumenta o índice de óbitos em decorrência da doença.

9. Como e por quais profissionais é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clinico. Ainda não existe nenhum exame complementar para a confirmação da doença. O ideal seria que, na prática da medicina de família, a doença fosse detectada e o paciente, dependendo do estágio e da demanda de decisões terapêuticas, fosse encaminhado para serviços específicos, como neurologia, geriatria e psiquiatria.

10. Quais os principais cuidados que os cuidadores e a família devem ter com pessoas que sofram dessa doença?

Vai depender do estágio. É preciso sempre estar atento às demandas individuais de cada pessoa. Por exemplo, uma pessoa que toca um instrumento musical e perde essa capacidade, necessita de suporte psicológico para lidar com a situação. É preciso observar também se há instabilidade postural e risco de queda, problemas com a deglutição. Mas o cuidado precisa ser sempre individualizado.

11. Você acredita que os parkinsonianos sofram preconceito?

Quanto mais esclarecida a sociedade, menor o preconceito. E isso vale para qualquer preconceito.

12. O que você diria para as famílias e portadores do Mal de Parkinson?

Saber lidar com a doença é, acima de tudo, obter informações para aprender a conviver com a evolução do Mal de Parkinson, reconhecendo e respeitando as mudanças físicas, emocionais e psíquicas que a mesma vai gerar no doente. Obviamente que, quanto maior e melhor acesso do doente e da família à equipes multi e interdisciplinares, melhor será o tratamento.



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