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Anistia Internacional vai botar caminhão na rua para cobrar solução ao caso Marielle

Vereadora foi assassinada em março e autoridades não descobriram os culpados

Por Andrew Miranda em 14/09/2018 às 11:16:00

Assassinato da vereadora completa seis meses sem resposta (Foto: Agência Brasil)

Seis meses após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) – na noite do dia 14 de março, no bairro do Estácio – junto com o motorista Anderson Gomes, a polícia não chegou nem aos autores nem aos mentores do crime, que permanece sem solução. Para cobrar das autoridades o fim do mistério e a prisão dos culpados, a Anistia Internacional vai dar partida ao caminhão “Quem matou Marielle Franco?”, com uma tela de LED 360º de cinco metros, que passará mensagens de cobrança em frente a algumas instituições estatais e do Poder Judiciário no Rio de Janeiro. 

Na saída do caminhão, a imprensa poderá fazer imagens e entrevistar representantes da Anistia Internacional e familiares da parlamentar. A primeira partida do caminhão será esta sexta-feira, às 9 horas, no Parque do Flamengo, próximo ao restaurante Assador Rio’s, na Zona Sul do Rio. Estarão presentes na ocasião a diretora executiva da Anistia, Jurema Werneck e familiares de Marielle.

“O assassinato de Marielle e Anderson completou seis meses. A falta de solução para o caso é inadmissível. A impunidade não pode estar no horizonte das autoridades. O Estado brasileiro, as autoridades federais e estaduais e as instituições do sistema de justiça criminal têm todos a responsabilidade de garantir que o assassinato de Marielle Franco seja devidamente investigado e que os verdadeiros responsáveis sejam identificados e levados à justiça”, disse Jurema.

De acordo com ela, a Anistia promoveu uma mobilização internacional que cobra do Estado por falhar na investigação adequada do crime. O órgão pede ainda que seja constituído um grupo independente do Estado para monitorar as investigações e que o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro passe a atuar no caso. Um dia após o crime, a organização enviou e-mails para pressionar as autoridades responsáveis. Em seis meses de mobilização, mais de 165 mil pessoas se manifestaram pela resolução do caso, com assinaturas vindas de diversos países, como Argentina, Bélgica, Canadá, Coréia do Sul, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Peru, Portugal, Espanha e Suécia.

Em reunião com familiares de Marielle no dia 20 de agosto, o secretário estadual de Segurança Pública, Richard Nunes, disse ser favorável à criação de um grupo independente para monitorar as investigações. 

“A cada dia que passa, o reconhecimento internacional do exemplo de vida de minha filha aumenta e é transformado em luta por justiça, em cobrança para o estado brasileiro. Marielle foi uma liderança em tudo que participou, sempre com o pensamento de ajudar o próximo, acreditando que a organização coletiva e solidária poderia transformar o mundo. Ao fazer pelo outro ela se sentia bem. Minha família não vai descansar enquanto não tiver uma resposta sobre a motivação deste crime”, declarou Marinete da Silva, mãe da parlamentar.

No site da Anistia Internacional Brasil (www.anistia.org.br) há um link chamado “Entre em ação”, com uma petição solicitando às autoridades competentes a solução do caso, como o ministro da Justiça, Torquato Jardim; o secretário Richard Nunes; o chefe de Polícia do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa; o procurador geral do Ministério Público Estadual, Eduardo Gussem; a procuradora geral dos Direitos do Cidadão, Débora Macedo Duprat de Britto Pereira e o interventor, general Walter Souza Braga Netto.

No documento, a Anistia pede: uma investigação urgente, minuciosa e imparcial sobre as circunstâncias dos homicídios de Marielle e Anderson, que identifique não apenas os autores dos disparos mas também os autores intelectuais dos homicídios; e que se tornem públicos os resultados das investigações; que aqueles suspeitos de responsabilidade criminal sejam levados a um julgamento justo perante a Justiça; que sejam tomadas todas as medidas adequadas para garantir uma assistência efetiva às famílias das vítimas, incluindo apoio psicológico e jurídico; proteção imediata à sobrevivente e demais testemunhas do crime com o objetivo de impedir qualquer tipo de intimidação ou ameaças.

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