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Sinal vermelho

Rodoviários param pela vacina no dia 26 de abril

Paralisação afetará ônibus de Niterói, São Gonçalo e mais três cidades


A greve foi decidida em protesto pela não inclusão da categoria no calendário de grupos prioritários para vacinação contra o Covid-19. Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (19), o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) comunicou às empresas, à Justiça e às autoridades do Estado e dos municípios que farão uma paralisação no dia 26 de abril. A greve foi decidida em protesto pela não inclusão da categoria no calendário de grupos prioritários para vacinação contra o Covid-19, por parte do Governo do Estado e prefeituras.

Informar as autoridades sobre a decisão segue a Lei 7.783/89. Uma carta aberta à população será publicada para explicar os motivos do protesto, que inclui a exigência de maior empenho do Governo Federal na aquisição de vacinas.

Rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá decidiram pela paralisação dos serviços, em plebiscito, concluído na tarde de sexta-feira (16). De um total de 1.558 participantes, 1.481 optaram pela deflagração do movimento, 64 foram contrários e 13 votaram em branco.

Levantamento do Sintronac junto às empresas de ônibus dos cinco municípios revela que a vacinação dos rodoviários não impactaria no quadro geral de imunização da população pelo pequeno número de doses necessárias para atender à categoria, de acordo com o universo populacional de cada cidade.

Assim, em Niterói seriam necessárias 3.443 doses para os rodoviários de 12 empresas; em São Gonçalo, 7.147 profissionais em 14 viações; em Maricá, 1.226 em uma companhia; em Itaboraí, 263, também em uma empresa; e, em Tanguá, sete vacinas para os rodoviários de uma viação.

Desde janeiro deste ano, o Sintronac tem enviado ofícios às prefeituras alertando sobre a necessidade urgente da vacinação dos rodoviários. Apenas a Prefeitura de Niterói acenou com a possibilidade de imunização da categoria pela Sputnik V, cujos primeiros lotes adquiridos pela municipalidade chegariam à cidade em maio. No entanto, diante da relutância da Anvisa em aprovar a vacina russa, é improvável que essa promessa seja cumprida.

O acrescenta ainda que, soma-se a esse fato, como agravante, a inércia do Governo Federal em acelerar a aquisição de vacinas ou insumos para sua fabricação, o que está deixando as cidades em estado de calamidade pública e o povo brasileiro na lamentável condição de ameaça à saúde global, conforme já anunciado por autoridades estrangeiras.

“Não tem sentido os rodoviários serem deixados para trás nessa campanha de vacinação. Foram tantas demissões ao longo dos anos, que a categoria minguou. Mas, ainda assim, os ônibus continuam a ser vetores de transmissão da doença e os rodoviários continuam expostos no seu cotidiano, enfrentando passageiros que não usam máscaras e jornada de trabalho intensa. Desde março do ano passado, até o último fim de semana, já somamos 49 mortos pelas consequências do Covid em nossa base, mas o número pode ser maior”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

A votação pela proposta de paralisação foi realizada em forma de plebiscito para evitar as aglomerações em assembleias, de acordo com recomendação das autoridades sanitárias municipais. O Sintronac decidiu apurar o resultado um dia antes do anunciado, pois profissionais de todas as empresas das cinco cidades já foram consultados.

O dia 26 de abril foi estabelecido como marco para a paralisação, pois a data foi escolhida pelas prefeituras do Rio de Janeiro, Niterói, Maricá e Itaguaí para o início da vacinação de categorias profissionais, calendário que já foi alterado pelo atraso na remessa de lotes de vacina pelo Governo Federal, mas que se mantém como símbolo do descaso para com os rodoviários.

O Sintronac pretende estender o movimento para os demais municípios de sua área de atuação, além de iniciar conversações com sindicatos dos rodoviários da capital e da Baixada Fluminense para que estes participem da mobilização, além de metroviários, ferroviários e trabalhadores das Barcas.


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