No final da manhã desta segunda-feira (31/5), a Conmebol anunciou em suas redes sociais o Brasil como país sede da Copa América 2021, poucas horas depois de suspender a competição na Argentina, antecipando-se a um anúncio do presidente Alberto Fernandez. Após a retirada da Colômbia pelas manifestações contra o governo de Ivan Duque e da Argentina pelo aumento de casos de covid-19, a entidade sul-americana opta por repetir o Brasil. O País foi a sede da mais recente edição da competição. Até o início da tarde, o presidente Jair Bolsonaro não publicou no Twitter nenhuma referência ao anúncio da Conmebol.
Segundo o jornalista Martín Fernandez (GLOBO), um dos argumentos utilizados foi o fato do Brasil ser o país com mais estádios em boas condições para realização das partidas. Outra apuração importante é o desejo da Conmebol em ter o Maracanã como palco da final. A tabela prevê o início da competição já no próximo dia 13 de junho. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, argumentou que a ausência de público e a escolha de sedes podem reduzir os riscos associados a uma competição desse porte.
O governo federal foi consultado a respeito e deu sinal verde à Conmebol, que agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro e à CBF por “abrir as portas”.
Vale lembrar que o país possui 16 milhões de casos de coronavírus e 462 mil mortes. Em números absolutos, o Brasil registra o maior número de vítimas, atrás apenas dos Estados Unidos, de população 50% maior e onde a vacinação já alcançou mais da metade da população sujeita a maior risco, a exemplo de profissionais de saúde e idosos acima de 60 anos.
Ouça no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br) a reportagem da Rádio Nacional sobre o anúncio da Conmebol de transferência da Copa América da Argentina para o Brasil.
Representante do PT na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, o senador Humberto Costa anunciou que a bancada estuda recursos jurídicos e políticos contra a oferta. "Marcar uma competição desse porte, de uma hora para a outra, quando o País sequer definiu as medidas para controlar portos e aeroportos, com a vacinação atrasada, risco de terceira onda, é um gesto temerário,' argumentou o parlamentar, ex-ministro da Saúde e médico de formação.
Fonte: Com Radioagência Nacional