Cerca de 4,6 milhões de pessoas no estado do Rio de Janeiro já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Contudo, esse número pode ser maior. Isso porque o estado estaria tendo uma defasagem de dados em municípios do interior. As razões seriam a falha no preenchimento do sistema nacional por falta de pessoal e falta de estrutura técnica e treinamento adequado. O que atrapalharia, segundo especialistas, uma melhor análise sobre a vacinação no estado, dificultando o acesso aos que ainda não tomaram nem a primeira dose da vacina.
O infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, avalia a extensão desses problemas. “Isso tudo é grave e prejudicial no combate à Covid-19 e no avanço da vacinação”, afirma.
Apesar dos dados do Ministério da Saúde, segundo o vacinômetro estadual, somente 3.696.776 pessoas receberam a primeira dose da vacina. Há disparidades entre municípios que vacinaram expressivo percentual da população e outros que vacinaram bem menos. De acordo com o Ministério da Saúde, 20 dos 92 municípios fluminenses informaram ter aplicado menos de 50% de todas as doses enviadas pelo governo do estado.
Em Niterói, segundo dados da prefeitura, 244.763 pessoas tomaram a primeira dose, quase a metade da população, enquanto 98.778 tomaram as duas doses. Na vizinha São Gonçalo, com cerca de um milhão de habitantes, 305.340 pessoas tomaram a primeira dose e 141.249, ambas.
Procurado pela reportagem, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, explicou que a inserção de dados depende das secretarias de saúde dos municípios, ao passo que à SES cumpre totalizar os números. “Eu desconheço a falta de profissional qualificado para o trabalho. Realmente, as secretarias municipais têm dificuldade por necessidade de aporte de um número de pessoas razoável para fazer inserção dos dados no sistema. Isso é uma responsabilidade dos municípios”, explicou Chieppe.
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