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Aumento dos casos graves de Covid-19 em pessoas mais jovens acende alerta sobre falta de prevenção em saúde

A faixa de 40 a 49 anos foi a que registrou maior aumento de mortes em 2021. Especialistas afirmam que é nessa idade que doenças consideradas comorbidades começam a aparecer de forma silenciosa

Por Portal Eu, Rio! em 22/06/2021 às 16:24:26

Foto: Freepik.

O aumento dos casos graves de covid-19 entre pessoas mais jovens vem crescendo. De acordo com dados mais recentes do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) sobre as Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) o número de mortes entre pessoas de 40 e 49 anos no Brasil cresceu 626% e 419,23%, respectivamente nos primeiros meses deste ano, o maior aumento entre todas as faixas etárias. Atualmente, mais de um terço das mortes por covid-19 no Brasil é de pessoas com idade inferior a 59 anos. Além da vacinação da população na faixa acima de 60 anos, que fez com que a média da idade de óbitos caísse de 71 anos para 66 anos, especialistas apontam outro vilão para o “rejuvenescimento da pandemia”: a falta de uma rotina de prevenção em saúde. Segundo especialistas, é justamente a partir dos 40 anos que o organismo começa a dar sinais de envelhecimento, muitas vezes imperceptíveis. Por isso, a importância de check-ups regulares, com exames clínicos e de sangue.

Segundo o geriatra Luiz Eduardo D'Almeida Machado Sampaio, embora algumas pessoas se sintam saudáveis, várias doenças que são consideradas comorbidades para covid-19 podem permanecer silenciosas por anos e só se manifestarem quando já estão avançadas. Dentre as mais comuns, estão obesidade, hipertensão e diabetes, que também são as condições crônicas que mais acometem os brasileiros em geral, segundo dados do Ministério da Saúde. “É comum descobrir doenças pré-existentes em meio aos diversos exames feitos quando o paciente já está internado para tratar a covid-19. Então, o médico precisa lidar não só com as complicações do coronavírus, mas também com a comorbidade não tratada”, explica o médico, acrescentando que se essas patologias estiverem controladas os riscos de complicação serão menores.

Pré-disposição genética para trombose, disfunções hormonais e doenças autoimunes são outras condições, na maioria das vezes silenciosas, que podem agravar a covid-19, especialmente em pessoas com mais de 40 anos. “É nessa idade que o organismo começa a perder a capacidade de renovação celular, com isso o metabolismo vai se tornando mais lento e todos os órgãos e tecidos vão entrando em processo de deterioração e numa consequente diminuição da capacidade funcional. Isso pode acontecer não só por doenças, mas também por fatores como exposição excessiva ao sol ou à falta dele, poluição, alterações hormonais, alimentação desequilibrada, estresse, entre outros fatores. Por isso, a realização de exames de rotina é fundamental nesse período”, aponta Bárbara Pereira, especialista em imunohematologia pela UFRJ e chefe do setor de análises clínicas do Lach Laboratório e Clínica, no Jardim Botânico.

A imunohematologista Bárbara Pereira. Foto: LD Comunicação e Marketing.

Exame pode medir idade biológica
Além dos exames de rotina, o Lach oferece ainda um teste capaz de identificar o nível de envelhecimento do organismo. “Uma descoberta que pode ser valiosa em termos de prevenção da saúde”, afirma Bárbara. O exame avalia o tamanho dos têlomeros, que são as extremidades dos cromossomos e têm como função proteger todo o material genético transportado neles.

“De acordo com estudos científicos, na medida que nossas células se multiplicam para regenerar órgãos e tecidos, os telômeros vão ficando menores. Por isso, o encurtamento dos telômeros é considerado um marcador chave para o envelhecimento”, explica Bárbara. “Com esse exame, é possível dizer se o organismo está envelhecendo mais rápido do que deveria e traçar estratégias de prevenção à saúde”.

O geriatra Luiz Eduardo Sampaio alerta para alguns sinais que muitas vezes não são valorizados, mas que merecem atenção médica: dor de cabeça de início recente, alterações de visão súbitas, urina em excesso ou em pouca quantidade, alteração na consistência ou cor das fezes, sangramentos (urinários, genitais, intestinais, gengivais), tonteiras ou desmaios, perda de peso sem razão, cansaço inexplicado, taquicardia, febre persistente, boca seca, excesso de sede, queda de cabelo. “O que se recomenda é que após os 40 anos, homens e mulheres busquem anualmente um médico para realização de uma avaliação clínica e coleta de exames básicos”, reforça.

A importância de hábitos saudáveis
Manter uma alimentação saudável, beber bastante água, praticar exercícios físicos, evitar estresse e álcool, não fumar, tomar sol e suplementar vitaminas, parecem medidas simples que melhoram a saúde, reforçam o sistema imunológico e ajudam a retardar o envelhecimento precoce. Mas, na prática, não é o que acontece. “Com o isolamento social, houve uma queda na procura de atendimentos de prevenção em saúde. Além disso, se exercitar e manter hábitos saudáveis também se tornou um desafio”, relata Taissa Muller, nutricionista do Lach. “O estresse aumenta os níveis de cortisol no organismo e isso pode levar a descompensações, como anemia, perda ou aumento intenso do peso, desequilíbrios hormonais, entre outros fatores que acabam afetando a imunidade e podem favorecer complicações da covid-19. E somente com o exame do cortisol podemos identificar precocemente os efeitos nocivos do estresse”.

Taissa afirma que tem sido procurada por muitas pessoas que desconheciam suas próprias comorbidades até serem infectadas pelo novo coronavírus. Ela revela que é comum acompanhar pessoas com sobrepeso, que não acreditavam que faziam parte do grupo de risco, ou que desconheciam problemas como hipertensão e diabetes. “Muitos não costumam buscar acompanhamento médico antes da doença. Essas pessoas, normalmente, têm baixa percepção dos riscos de suas doenças, algumas nunca se preocuparam com o peso ou a alimentação. São mazelas muitas vezes motivadas por hábitos ruins, que fazem com que o paciente esteja no grupo de risco da covid-19, mas que podem ser tratadas, controladas ou até mesmo evitadas”, ressalta a nutricionista.

Para a psicóloga Aline Gomes, as pessoas na faixa dos 35 a 55 anos têm de fato sido as mais afetadas psicologicamente pelos problemas decorrentes da pandemia. “É nessa faixa etária que as pessoas costumam ter mais preocupações com família, filhos em idade escolar, emprego, finanças... E na pandemia, é preciso lidar com possíveis perdas de renda, acúmulo de trabalho em home office mais os cuidados com filhos em aula online, com a casa, preocupação com os pais idosos. Acrescentar uma rotina de exercícios e cuidados extras com a saúde pode parecer desafiador, mas é preciso incluir como algo essencial para que se possa continuar cuidando de todo o resto”, alerta a especialista, que também atua como coach pessoal.

Fonte: LD Comunicação & Marketing

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