TOPO - PRINCIPAL 1190X148

Conheça o brasileiro indicado para ganhar o Nobel da Paz

Senhor Gentileza é responsável por projeto social que ajuda no combate a fome

Por Jorge Chaves em 23/09/2018 às 13:53:28

O Sr. Gentileza pode ser o primeiro brasileiro a ganhar o Nobel da Paz (Foto: Arquivo pessoal)

Surpreendido ao ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2018 (escolha deverá ocorrer na primeira semana de outubro), o brasileiro Luiz Gabriel Tiago, conhecido como o Senhor Gentileza, pode entrar para um seleto grupo que conta com a presença de Madre Tereza de Calcutá, Barack Obama, Nelson Mandela, entre outros ganhadores do título. Seria o primeiro brasileiro a receber a honraria. De uma família simples Luiz Gabriel sempre foi batalhador. Natural de Niterói- RJ, começou a trabalhar aos 16 anos como ambulante no Centro da Cidade do Rio de Janeiro. Em 2010 fundou a Empresa Social Pontinho de Luz, dedicada a ensinar a Gentileza, para as pessoas através de ações solidárias.

Hoje, o Pontinho de Luz é uma rede mundial com mais de 50.000 pessoas nas Américas, Europa, Ásia e Oriente Médio. Além de tirar as pessoas da miséria e matar a fome, o projeto leva um pouco de amor e carinho para as pessoas que vivem à margem da sociedade.

Autor de livros que abordam temas de relações humanas, Luiz tem uma publicação que virou best seller - "Gentileza no Trabalho", da editora Ideias e Letras, em 2012.

O postulante ao prêmio fala com exclusividade ao portal de notícia Eu, Rio! sobre a expectativa desse momento único na vida dele 

Eu, Rio! -  Quais os motivos que fizeram você ser indicado ao prêmio Nobel da paz?

Sr. Gentileza - "A minha indicação ao Nobel da Paz foi na verdade Deus. Ele agindo na minha vida, Ele dizendo continua e eu acredito que essa obra seja d´Ele. Mas em relação aos homens, o que eles dizem sobre a minha indicação ao Nobel, se deve a formação da rede mundial de gentileza chamada Pontinho de Luz.

As pessoas se juntam em grupos para espalhar atos de gentileza, que vão desde a distribuição de abraços nas ruas e a entregas de alimentos para as famílias em situação de miséria, em área de risco, em comunidades, em lugares isolados não só no Brasil como em outros países, por exemplo, como a Venezuela.

Temos dois grandes grupos que demandam muita atenção em relação a alimentação que é o Brasil, especialmente Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador e a Venezuela.

Então, a minha indicação ao Nobel se deu a formação dessa rede, ou seja, juntar pessoas dispostas a espalhar gentileza, atos de bondade, cestas básicas, alimentar a população em situação de rua, cracolândia, enfim, onde precisar a gente vai lá e faz.

A Rede Pontinho de Luz está se aproximando dos 50.000 colaboradores, que inclui pessoas físicas e empresas em vários lugares do mundo".

Eu, Rio! -  Qual o sentimento que hoje você carrega, sabendo que é um indicado?

Sr. Gentileza - "Eu não sei explicar o que eu sinto em relação a ser indicado ao Nobel da Paz. A gente tá passando por uma fase muito delicada no Brasil e em outros países que a gente atua, como por exemplo Venezuela, Haiti e Irã. É um misto de sentimentos e sensações.

O que é muito bem definido é o senso de responsabilidade e de comprometimento, seja com a sociedade, com o ser humano independente de quem seja. A nossa filosofia no Pontinho de Luz é ajudar sem olhar a quem. A pessoa precisa de ajuda não importa quais são as circunstâncias ou quais os motivos que os levaram a pedir ajuda, mas precisou de ajuda principalmente com alimento, a gente leva. Lógico que dentro do possível, pois nem sempre a gente consegue, nem sempre a gente tem para oferecer, mas a gente dá um jeito.

Então o sentimento é de responsabilidade e comprometimento um sentimento de gratidão a Deus, de certeza de que essa obra não é minha, sou somente um administrador e Deus confiou essa obra a mim. 

Muitas das vezes eu prefiro nem pensar no Nobel da Paz, eu prefiro não ficar imaginando.

Se é eu que vou ganhar, como vai ser a repercussão. Eu espero que o vencedor do Nobel da Paz, seja eu, ou seja qualquer outro indicado, outro concorrente faça bom uso desse reconhecimento para transformação ainda mais o mundo".

Eu, Rio! -  Quais são seus planos para os próximos anos?

Sr. Gentileza - Para os próximos anos nós temos um planejamento. A previsão é que aumente ainda mais a nossa rede, o quantitativo de pessoas dispostas a estender a mão, arregaçar as mangas literalmente sem discurso. Sem falar que a Pontinho de Luz é feita de pessoas que arregaçam as mangas. Então a previsão é que até o final de 2020, atingimos o quantitativo de 80 mil pessoas.

Em relação a planos continuar trabalhando, se dedicando, se entregando ao próximo, porque acreditamos num propósito, acreditamos que a gentileza é uma ferramenta de transformação da sociedade, transformação individual e coletiva.

Quanto mais ensinar através do exemplo, mais gente vai se comover, mais gente vai converter as pessoas em relação à prática do bem ao respeito à solidariedade e a tolerância, a gratidão e ao amor ao próximo.

Em termos práticos, a intenção é ter uma sede na cidade de São Paulo. A nossa sede mundial fica em Niterói, estado do Rio de Janeiro. É dali que sai todos os programas e comandos da organização, das ações sociais para o mundo, mas a expectativa é ter uma sede em São Paulo, pois a demanda é muito grande e exige muito do projeto.

Nós temos uma base de apoio na cidade de Jequié, na Bahia. Temos a intenção de ter em Salvador um espaço físico".

Eu, Rio! -  Quem é Luiz Gabriel e quem é o Senhor Gentileza?

Sr. Gentileza - O Luiz Gabriel e o Sr. Gentileza são a mesma pessoa. Não existe um personagem, não há um mascarado, um não mascara o outro.

Luiz Gabriel e Sr. Gentileza um completa o outro, somos um só. Ouvi um chamado, "eu sei que foi de Deus", não foi uma voz, não foi um espírito, não foi uma entidade, não tem nada disso foi simplesmente uma voz chamada a voz da consciência.

Diante de tudo que eu já passei nesses meus 40 anos, desde vendedor de café nas madrugadas na Praça XV, no Rio, que não era o Boulevard Olímpico. Ali eu signifiquei toda a minha vida. Criei oportunidades, aproveitei-as, agradeço a Deus.

Sou uma pessoa simples, sou caseiro, tenho hábitos muito comuns no meu dia-a-dia. Por exemplo, eu gosto de ir na padaria comprar pão, de tomar café no copo americano. Uma coisa que incomoda muito e que me tira do sério é a bajulação. Eu sou simplesmente um operário e quero continuar amando. Para mim o amor não constrange. Eu venho de uma família muito simples, de origem humilde, então felicidade para mim é ser simples, é ter atitudes, comportamentos sem ostentação". 

Eu, Rio! - O Sr. Gentileza é uma homenagem ao profeta Gentileza? Como surgiu o apelido? 

Sr. Gentileza - "O apelido do Senhor gentileza não tem nenhuma relação com o falecido Profeta Gentileza. Muitos pensam isso, mas não tem! Eu tenho um blog amador na internet, nada demais. Hoje os meninos do Pontinho de Luz que administram. Eles usam para postar notícias ao meu respeito, sobre o projeto. Virou o Senhor Gentileza News.

Na época era blog amador, eu escrevi ali de forma despretensiosa. Era para mim, falava sobre gentileza e uma das leitoras desse blog, acompanhava. Eu nem acreditava que as pessoas fizessem isso, tem muitos anos. O nome dela é Ana Roberta, de Barra Mansa, cidade localizada no interior do Rio. Ela entrou e fez um comentário, me chamou de Sr. Gentileza e as pessoas iam entrando e comentando em cima do post dela e me chamando de Sr. Gentileza. 

Tempos depois eu fui chamado para um programa de televisão de uma emissora católica e na legenda, ao invés de colocarem o meu nome Luiz Gabriel, colocaram Sr. Gentileza.

O apelido não tem nenhum vínculo com o Profeta Gentileza, foi um apelido que me deram ao acaso, na verdade na internet".

Eu, Rio! - Você chegou a conhecê-lo?

Sr. Gentileza - "Em relação ao Profeta Gentileza eu não tive uma relação com ele, eu o conheci na época que eu vendia cafezinho, esbarrava com ele todos os dias. E como qualquer carioca achava uma figura excêntrica e diferente. Eu não entendia o propósito dele, não entendia o que ele fazia. Para mim ele era um louco, como todos imaginavam.

Hoje sim, hoje ele significa muito para mim. É o pai da gentileza brasileira. Foi um cara que não teve vergonha de falar de gentileza e de pregá-la. Não tinha pudor nenhum, não teve medo, não estava nem aí para as críticas e as pedradas que ele recebia".

POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.