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Disque-Denúncia nega rumores de que serviço será desabilitado

Boato dava conta que serviço terminaria no dia 31 de agosto no Rio de Janeiro

Por Anderson Madeira em 08/07/2021 às 22:36:06

Foto: Divulgação

O serviço Disque-Denúncia, instrumento pelo qual qualquer cidadão pode denunciar criminosos foragidos e que foi responsável por ajudar na prisão de mais de 36 mil bandidos nos últimos 25 anos, uma média de quatro criminosos por dia não será desabilitado, ao contrário de boato que circulou no Rio nesta quinta-feira (8).

O boato dava conta ainda que o serviço funcionaria até o dia 31 de agosto, por falta de doações. A reportagem do Portal Eu, Rio! ouviu o diretor do Disque-Denúncia, Zeca Borges. “Claro que a gente está sentindo a crise, como todo mundo. Prestamos serviços para prefeituras, governo do estado e empresas e vários clientes foram afetados pela crise. Contudo, nós estamos conseguindo manter o serviço e não estamos perto de fechar. Muito menos em agosto. Recebemos doações também. Temos perto de 40 funcionários, que recebem em dia. Temos a receber de nossos clientes dois milhões de reais”, explicou Zeca.

Há três anos, o serviço enfrentou uma grave crise e chegou a paralisar por 24 horas, às vésperas de completar 22 anos de existência por falta de verba suficiente. Na época, houve demissões. Em outubro de 2016 também enfrentou uma crise, quando o Disque-Denúncia teve de reduzir a equipe pela metade e começou uma campanha para conseguir doações. Na época, os telefones ficaram sem funcionar 24 horas por causa da crise, além de ter deixado de atender nos fins de semana e feriados. Na ocasião, ficaram com apenas 21 atendentes.

Na central de atendimento chegam todo tipo de denúncias, desde paradeiro de criminosos até reclamações sobre a qualidade de algum serviço público ou privado. Denúncias feitas à ONG ajudaram a Polícia a prender o traficante Elias Maluco, mandante do assassinato do jornalista Tim Lopes, da TV Globo.

Todos os outros serviços similares, que utilizam no nome “Disque Denúncia”, nasceram e se originaram do Disque Denúncia do RJ. Desde a criação, no ano de 1995, mais de 20 mil pessoas foram autuadas em delegacias, mais de 40 mil armas (dentre fuzis, metralhadoras, revólveres, granadas) apreendidas e cerca de 60 mil munições foram retiradas das ruas. Isso sem mencionar as mais de 20 mil máquinas caça níqueis e mais de 2,5 milhões de drogas apreendidas (papelotes, cápsulas, pinos, tabletes, pedras); maconha, cocaína, crack, skank e haxixe.

Das quase 3 milhões de denúncias recebidas, em 475 mil delas os órgãos responsáveis por averiguar as informações encaminharam algum tipo de resposta. Dessas, 60 mil foram consideradas procedentes, tendo resultados positivos: prisões e apreensões.

Com a evolução tecnológica, no ano de 2016, o Disque Denúncia criou um aplicativo para celulares, disponível para Android e IOS, com o objetivo de facilitar o recebimento de denúncias vindas da população. Em quatro anos de existência, já foram cadastradas pouco mais de 86 mil denúncias no APP.

Pioneiro no Brasil, o Disque Denúncia do Rio de Janeiro serviu como exemplo para a implantação de outras centrais, no Brasil e no mundo, tornando-se um modelo para duas cidades da América do Sul: Santiago, no Chile, e Córdoba, na Argentina.

O Disque Denúncia ainda conta com programas importantes, como o “Linha Verde”, voltado exclusivamente para o recebimento de denúncias sobre crimes ambientais; o programa “Procurados”, responsável por divulgar os principais criminosos foragidos do Estado do RJ; e o programa “Desaparecidos”, parte das ações do Disque Denúncia na área de direitos humanos, com o objetivo de auxiliar na identificação e localização de pessoas desaparecidas.


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