TOPO - PRINCIPAL 1190X148

Cesar Maia, Flavio Bolsonaro e Lindbergh Farias lutam por Senado

Desempenho uniforme rende liderança nas preferências a ex-prefeito da capital

Por Cezar Faccioli em 26/09/2018 às 16:08:14

O ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, e o deputado estadual Flávio Bolsonaro estão em empate técnico nas intenções de voto para o Senado. Maia oscilou três pontos e chegou a 27%, segundo sondagem do Ibope divulgada na noite de terça-feira. Bolsonaro oscilou um ponto, chegando a 22% e está empatado, dentro da margem de erro (três pontos percentuais para cima ou para baixo) com o candidato do PT à reeleição, Lindbergh Farias, que apresentou a mesma oscilação e chegou a 19%.

A existência de duas vagas em disputa, a desatenção de parte do eleitorado que leva a anular o segundo voto pela repetição da escolha e o foco maior nas escolhas de presidente e governador tornam as pesquisas para o Senado mais incertas. O exemplo clássico é o da vitória de Francisco Dornelles sobre Jandira Feghali, em que a deputada federal do PC do B aparecia nas pesquisas com uma vantagem de até oito pontos sobre o concorrente do PP, hoje vice-governador.

Chico Alencar (PSOL), que aparecia em empate técnico face aos três líderes nas primeiras rodadas e chegara a 18%, agora aparece com 11%. Com isso, o deputado federal do PSOL está agora empatado tecnicamente com o pelotão de baixo, composto por Miro Teixeira (Rede), com 10%; Pastor Everaldo (PSC), com 8%; Arolde de Oliveira (PSD), com 7%; e Cyro Garcia (PSTU), com 5%. Mais abaixo, outro empate técnico, entre Aspásia Camargo (PSDB), com 4%, Mattos Nascimento (PRTB), com o mesmo percentual, José Bonifácio (PDT) e o senador Eduardo Lopes (PRB), com 3% cada.

Arsenal dos três favoritos reúne armas bem distintas entre si

Os três mais bem posicionados entram na reta final com trunfos distintos. Flávio Bolsonaro, com pouco tempo de TV, tem como principal arma o apoio do pai, Jair, líder nas sondagens para a Presidência. A força do ex-capitão reorientou a bússola de candidatos a governador. Fez com que Índio da Costa (PSD), ignorando a coligação nacional da legenda de Gilberto Kassab com Geraldo Alckmin, anunciasse apoio a Bolsonaro, e que Wilson Witzel, candidato pelo PSC (20), escrevesse na palma da mão o 17. Fora o apoio velado de candidatos proporcionais, principalmente ligados a igrejas pentecostalistas, nas coligações de Romário e Garotinho.

Cesar Maia integra a coligação de Eduardo Paes, o que garante ampla exposição de nome e número no horário gratuito dos candidatos a deputado federal ou estadual de legendas fortes como MDB, DEM, PTB e PSDB. Assegura também, ao menos em tese, a presença em 'santinhos' e adesivos da coligação na boca de urna, proibida, mas desde sempre tolerada em todos os pleitos desde a redemocratização do País.

Lindbergh Farias, por sua vez, tem na ascensão de Haddad e na transferência de votos de Luiz Inácio Lula da Silva sua maior esperança. A esquerda em geral e o PT em particular têm mostrado uma tendência de crescimento de até cinco pontos percentuais na semana final, mesmo em pleitos dos quais saíram derrotados, como nas eleições municipais de 2016. Em menor escala e de maneira informal, mais intensa na capital do que no interior, Chico Alencar pode se beneficiar do 'efeito Lula'.

Perfil dos eleitores de cada candidato acentua diferenças de foco

A exemplo do que aconteceu nas eleições municipais, o recorte religioso mostra uma influência crescente na intenção de voto. O segmento evangélico, no qual os pentecostalistas têm mais peso que as denominações protestantes mais antigas e tradicionais, é o único no qual o ex-prefeito Cesar Maia tem menos do que 25%. Nas demais segmentações por sexo, renda, escolaridade, idade ou religião, Mais tem no mínimo um quarto dos eleitores. Essa relativa homogeneidade ajuda a explicar sua oscilação para cima de 24% para 27%.

O apoio decisivo dos homens (29% das intenções de voto), quase o dobro do registrado entre as mulheres (16%), é um traço em comum do deputado estadual Flávio Bolsonaro em relação ao pai, Jair. Flávio oscilou um ponto para cima face aos 21% alcançados em 19 de setembro. Flávio também pontua melhor entre os que completaram a faculdade (29%) ouque registram renda familiar superior a cinco salários mínimos (33%).

Ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindbergh Farias sustenta suas chances mais na periferia da região metropolitana (22%) do que na capital do Estado (16%). No interior, Lindbergh colhe 18% das intenções de voto. Na reta final, contudo, é no Grande Rio (75% do eleitorado, unindo capital, Baixada, Niterói, São Gonçalo e Itaboraí), que o PT reforçou sua votação, ao longo dos últimos pleitos.

Empatados tecnicamente, os deputados federais Chico Alencar, com 11%, e Miro Teixeira (Rede), com 10%, correm por fora. Partem para isso de segmentos diametralmente opostos. Liderança revelada no movimento de bairros, mais forte na classe média, e professor de escolas construtivistas e fortes em Humanas como o Ceat em Santa Teresa, Chico Alencar mostra força nos segmentos mais prósperos da classe média (atinge 25% na faixa acima de cinco salários mínimos) e nos mais escolarizado (23% entre os que completaram o ensino superior), perfil semelhante ao do antípoda político Flávio Bolsonaro. Miro Teixeira, revelado para a política pelo ex-governador Chagas Freitas e parlamentar desde a eleição de 1970,pontua melhor entre os mais velhos (18% na faixa acima de 55 anos, contra apenas 5% na faixa entre 16 e 24 anos).

O Ibope ouviu 1.512 eleitores em 41 cidades entre os dias 22 e 24 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi contratada pelo Jornal O GLOBO e pela TV Globo.


POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.