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Cultura e tecnologia

Trabalho de realidade virtual mostra os diferentes lados da violência em favelas do Rio

"Perspectivas de um Helicóptero" aborda os diferentes pontos de vista de uma operação policial


Estudante testa equipamento de realidade virtual (Foto: Monica Ramalho)

A rotina de violência da cidade do Rio de Janeiro cotidiano leva contínuo pânico aos seus habitantes, principalmente para quem mora em favela. Algumas comunidades convivem com a intensa rotina de medo e a dúvida se alguns de seus moradores estarão vivos no dia seguinte. Paralelamente, é comum a polícia usar o helicóptero em operações e as cenas das caças aos traficantes já se tornou usual em alguns telejornais locais.

De um lado o olhar do policial no helicóptero durante uma ação. Do outro, o morador da favela que não sabe se vai sobreviver por causa da intensa troca de tiros. Esse é o tema do trabalho da cineasta Manaíra Carneiro ao mostrar os dois lados da violência em algumas comunidades cariocas em no projeto de realidade virtual chamado "Perspectivas de um Helicóptero".

Em entrevista ao "Portal Eu, Rio!" Manaíra contou que a ideia surgiu durante sua dissertação de mestrado em Cultura e Territorialidade na UFF, que foi baseada no coletivo de comunicação "Maré Vive", responsável por alertar aos moradores da área quando há uma operação policial. A partir disso, ela resolveu criar esse projeto comparando o olhar de quem mora na favela comparada com o olhar do policial que atua no helicóptero.

Embora reconheça que há exceções, ela também comentou que muitas vezes a mídia não procura ouvir o ponto de vista do morador de área de risco e só passa o lado da Polícia.

"Esse trabalho de alertar o morador sobre uma operação policial não é feito por nenhum outro meio de comunicação. Apenas noticiam da forma que já conhecemos. A partir daí, tive a ideia de fazer esse projeto porque vi que essas operações policiais com o uso de aeronaves é um absurdo, pois atiram sem distinguir o morador do traficante. Um exemplo disso foi a morte do estudante Marcus Vinicius, de 14 anos, na Maré. É claro que existem algumas diferenças em certas reportagens, mas no geral prevalece a abordagem midiática tendenciosa. A nossa ideia é juntar todos esses atores - o policial, a mídia, e o morador - e apresentar os pontos em comum", argumentou a cineasta.

Outro responsável pelo projeto, o produtor cultural Vítor Hugo Rodrigues, falou que o desafio de desenvolver esse projeto foi difícil por causa do tipo de tecnologia usada por eles. Por ser um material novo, eles aproveitaram a Game XP para conversarem com engenheiros de software sobre como utilizar todo o material para o desenvolvimento do trabalho de realidade virtual.

Além de Manaíra Carneiro e Vítor Hugo, a designer e filósofa Mariane Martins também trabalha no projeto "Perspectivas de um Helicóptero". O trabalhoestá em produção no Labsonica, laboratório de alta tecnologia do Oi Futuro dentro do projeto ArtSonica - Residência Artística, realizada pela Zucca Produções em parceria com o Oi Futuro e o Ministério da Cultura. Agora, a obra midiarte será apresentada no Labsonica.

Realidade virtual Violência Rio de Janeiro Polícia Comunidade Perspectivas de um Helicóptero

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