Beatriz Ferreira se despede de Tóquio 2020 com a medalha de prata após perder na decisão para a irlandesa Kelly Anne Harrington.
O combate começou bem com o domínio da brasileira, acabando por receber dos juízes um marcador de 3-2 no primeiro round. No segundo houve mais trocas de golpes, depois de uma entrada mais calculista por parte das duas atletas. O jab de esquerda marcou pontos para Beatriz Ferreira, que dominou o centro do ringue e levou sempre a iniciativa do combate; a irlandesa respondeu com diretos de direita e os juízes consideraram clara a vitória de Harrington.
Para o terceiro e último round Beatriz Ferreira entrou pressionada sabendo que tinha que inverter o placar. A baiana esteve decidida e contundente nos golpes aplicados, mas Harrington foi inteligente, soube controlar a distância, jogou no "clinch" – agarrando a brasileira e quebrando o ritmo – e apostou na efetividade dos seus golpes, que foram em menor quantidade, mas tiveram qualidade. Os juízes decidiram dar a vitória por unanimidade a Kelly Anne Harrington por 5-0.
“Desculpa pai, desculpa Brasil”, disse ainda no ringue a boxeadora de Salvador.
É o final de uma apresentação olímpica de grande nível de Beatriz Ferreira, campeã mundial do peso-leve, que assim melhora a participação do Brasil no boxe feminino. Até agora, o melhor resultado tinha sido obtido em Londres 2012, por Adriana Araújo, que foi medalha de bronze em peso-leve na estreia do boxe feminino nos Jogos Olímpicos.
Beatriz Ferreira tem 28 anos, nasceu em Salvador, Bahia, e chegou em Tóquio 2020 com o objetivo de ser campeã olímpica. Filha de Raimundo Oliveira, o Sergipe, bicampeão brasileiro e tricampeão baiano, começou no boxe acompanhando o pai nos treinamentos no ginásio Balbininho.
Faz agora parte da história do boxe brasileiro, que vive seus melhores Jogos Olímpicos da história, conquistando ouro, prata e bronze em diferentes categorias de peso.
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Fonte: COI