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Sindicato dos Jornalistas atravessa grave crise

Funcionários demitidos estão sem receber salário e sem o repasse do FGTS

Por Mariana Cavalheiro em 25/06/2018 às 21:38:20

(FOTO: Arquivo / SINDIJOR-RJ)

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro vem passando por uma crise financeira muito séria. Desde dezembro não há repasse do Fundo de Garantia e há três meses os salários estão atrasados. De acordo com um funcionário que está na casa há 36 anos e não quis se identificar, todos foram demitidos, mas alguns ainda cumprem aviso prévio até dia 29 de junho.

A jornalista Denise Machado disse não ter sido avisada dos problemas que o sindicato está passando. "Ninguém entrou em contato comigo para avisar sobre isso. Fiquei realmente muito surpresa quando soube do atraso dos salários e demissões. Eu acho que deveriam ter ligado ou tomado alguma medida emergencial".

Denise é sindicalizada há pelo menos 20 anos e contou que está disposta a ajudar a todos os funcionários a passarem por essa difícil circunstância. Ela informou que nunca teve problemas e sempre foi muito bem atendida, quando precisou da ajuda do Sindicato dos Jornalistas.

Informações de que o sindicato teria falido foram compartilhadas em grupos nas redes sociais. A coordenação desmentiu o ocorrido. Ainda segundo o coordenador da entidade, Marcio Leal, o fim do repasse do imposto sindical foi uma das causas da crise, somada, ainda, com as demissões nas redações e a recessão no país, que transformaram a situação do sindicato em algo insustentável.

De acordo com a ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Paula Máiran, a crise na associação já existia antes de sua gestão. "Fizemos uma assembleia a fim de promover medidas de um plano que traria equilíbrio financeiro para a entidade, mas fui desautorizada pelas mesmas pessoas que hoje compõem a direção do sindicato", aponta Máiran.

Ainda segundo Máiran, o Sindijor/RJ ficou totalmente dependente do imposto sindical. “Os sindicatos dependentes do imposto sindical, ou seja, atrelados ao Estado e totalmente dependentes financeiramente da verba descontada dos trabalhadores de maneira involuntária e repassada pelo governo para as entidades, agora passam por uma crise. A grande maioria não contribui. Os que não dependem disso e são autônomos financeiramente não estão enfrentando esse problema.” Paula faz parte do movimento "Nenhum Direito a Menos", que luta pelos jornalistas. O grupo está realizando reuniões para estudar esses acontecimentos do sindicato e ver o que pode ser feito para mudar o quadro.

No site do Sindicato dos Jornalistas há uma campanha para ajudar a reverter essa situação. Intitulada "Jornalista, fortaleça seu sindicato", a ação propõe que mesmo com o fim do desconto de contribuição sindical, o jornalista deve continuar colaborando para ajudar na sustentação da entidade.

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