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Professor projeta privada que dá moedas digitais ao fazer cocô

Banheiro digital é menina dos olhos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan

Por Portal Eu, Rio! em 17/08/2021 às 10:07:04

Foto: Divulgação UNIST

Você já parou para pensar quanto vale o seu cocô em criptomoedas? Um professor de engenharia urbana e ambiental do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan (UNIST), na Coreia do Sul, fez essa conta e projetou uma privada que dá moedas digitais para os alunos que usarem o banheiro ecológico para fazer o número dois.

Os estudantes que utilizam esse vaso sanitário tecnológico e inusitado são recompensados ??com unidades diárias da moeda digital criada pelo professor Cho Jae-weon. Cada ida ao banheiro vale 10 Ggool — que significa mel no idioma coreano. Os usuários podem usar a criptomoeda para comprar produtos no campus, como itens de papelaria, macarrão instantâneo, frutas e livros.

“Eu sempre pensei que as fezes eram sujas, mas agora elas representam um tesouro de grande valor para mim”, diz o estudante de pós-graduação Heo Hui-jin. “Eu nunca cogitei que faria isso, mas hoje eu até falo sobre fezes na hora das refeições, imaginando que posso comprar o livro que quiser com elas.”

BeeVi

O assento sanitário criado pelo professor foi batizado de BeeVi, uma combinação das palavras “bee”, abelha, e “view”, visão, em inglês. O equipamento funciona como uma usina de geração de energia que emprega uma bomba de vácuo para enviar os dejetos para um tanque subterrâneo, reduzindo o consumo de água.

“A privada possui uma estrutura que pode sugar as fezes como um aspirador de pó e enviá-las diretamente para o sistema de produção de energia. Para fazer isso, precisamos de apenas 0,5 litro de água, uma quantidade muito menor do que a usada em vasos sanitários comuns”, explica o professor Cho.

No tanque, microorganismos decompõem os resíduos de metano, tornando a substância uma fonte alternativa de combustível. O gás, que seria normalmente liberado na atmosfera, é usado para aquecer a água, alimentar fogões e transformado em energia para abastecer o campus por meio de um gerador.

Uma lâmpada ultravioleta (UV) esteriliza e desinfeta o vaso sanitário, o assento e a tampa. A privada também possui um biossensor embutido que pode ser usado para analisar urina e outros resíduos para verificar se há biomarcadores, indicadores de doenças e até mesmo deficiências nutricionais.

Segundo o professor, uma pessoa defeca cerca de 500g por dia, o que pode ser convertido em 50 litros de gás metano. Tal quantidade de gás pode gerar 0,5 kWh de eletricidade.

Além de gerar energia, a tecnologia do BeeVi contribui para a redução do uso de água. Esse ponte é bastante relevante, já que é tão comum usar água limpa no vaso que poucos se questionam sobre a irracionalidade de tal ato. Para se ter uma ideia, a Sabesp, companhia de abastecimento de água de São Paulo, calcula que um vaso sanitário com válvula e tempo de acionamento de seis segundos gasta cerca de 12 litros.

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