Moradores do bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio, reivindicam da prefeitura a implantação de um parque verde em um terreno onde antigamente funcionou uma fábrica de cartuchos. A área, de mais de 142 mil metros quadrados, está abandonada. Embora tenham obtido compromisso em reunião no último dia 1º de agosto na construção da área de lazer, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico aprovou licenciamento facilitando a construção de prédios no terreno.
No próximo domingo (22), às 10h, representantes do Movimento Parque de Realengo Verde se reunirão com o secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Cavaliere, e o subprefeito da Zona Oeste, Edson Menezes, no Instituto Federal de Educação (IFRJ), campus Realengo, na Rua Carlos Venceslau, 343, para discutirem a implantação do parque.
“Queremos ouvir a resposta do secretário e do subprefeito sobre qual caminho tomarão”, conta Ângelo José Inácio, um dos representantes do movimento e morador de Realengo.
Ouça no podcast do Eu, Rio!(eurio.com.br) o depoimento de Ângelo José Inácio, representante do movimento Realengo Verde, sobre a importância do parque para garantir a qualidade de vida na região.
Segundo Inácio, após pressão feita pelo movimento através de envio de e-mails ao prefeito Eduardo Paes, Eduardo Cavaliere, Edson Menezes, e ao secretário de Cultura, Marcus Faustini; ao secretário de Planejamento Urbano, Washington Fajardo; ao secretário de Desenvolvimento Econômico, Chicão Bulhões e ao presidente da Fundação Parques e Jardins, Fabiano Carnevale; além de pelo Instagram, no dia 1º de agosto, foi realizada reunião com Cavaliere e Edson Menezes, quando os moradores ouviram promessa de que 100%% da área da antiga fábrica de cartuchos se tornará o sonhado Parque do Realengo. “No entanto, não apresentaram nenhum cronograma concreto”, lamenta Ângelo.
“Precisamos de todos para dizer mais uma vez aos representantes da prefeitura da cidade do rio, pela milésima vez, que a população quer apenas e simplesmente o parque para terem qualidade de vida, saúde preventiva, lazer, contemplação da natureza, esportes, cultura, ecoturismo entre outros benefícios de bem coletivo e altamente relevante a qualquer outro objetivo que atenda o interesse corporativo exclusivo”, explica Ângelo.
Contudo, após duas semanas, o prefeito não se manifestou sobre a promessa do secretário de Meio Ambiente e do subprefeito. Para complicar, Chicão Bulhões aprovou licenciamento facilitando a construção de prédios residenciais para militares na área onde seria construído o parque. Segundo o movimento, até o momento, foram enviados 4.594 e-mails ao prefeito e os secretários.
O licenciamento se baseia em projeto de lei apresentado em 2017 pelo então prefeito Marcelo Crivella, que visa estabelecer condições para a construção de prédios residenciais com “ampla área de lazer”. Os apartamentos estão sendo oferecidos na planta para venda pela Fundação Habitacional do Exército. Ainda em 2017, os moradores de Realengo conseguiram abaixo-assinado com 7 mil assinaturas e a proposta foi arquivada.
Em 2018, um projeto de lei para o tombamento da região destinada ao parque foi aprovado através do Movimento Parque de Realengo Verde. Mesmo com aprovação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o governador Cláudio Castro vetou a proposta. Junto ao movimento Meu Rio, o movimento reuniu 10.523 assinaturas a favor da causa. Ainda assim, a Alerj manteve o veto. Este ano, a Fundação Habitacional do Exército perdeu a cessão da área e o terreno pode voltar a ser propriedade da União.
O bairro do Realengo tem o Parque Real, um condomínio fechado que usa parte da área da antiga Fábrica de Cartuchos de Realengo, e ainda uma vila militar com imóveis destinados aos militares. “Nosso pleito é pela parte do terreno da fábrica que está abandonado há décadas e que pertence à União e portanto, deveria ser um espaço aberto à população”, defende Ângelo.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio esclareceu que consta do Plano Estratégico da cidade a construção de um parque na AP5 (área planejamento que engloba Realengo) e informou que, no próximo dia 22 de agosto, haverá nova reunião com moradores e interessados pelo projeto, como informadoacima na matéria. "Realengo vai ter um Parque Verde para chamar de seu", disse o comunicado.