Peça “Mulheres Nascidas de um Nome” tem 34 atrizes de 12 países em cena

A atriz brasileira Renata Di Carmo tem atuação destacada na terceira temporada da peça “Mulheres Nascidas de um Nome” que vai da comédia ao drama. Ela vive quatro personagens na montagem em versão on-line: www.youtube.com/michellerajagebara. O espetáculo fica em cartaz de sexta a domingo, às 18 horas, até o dia 29 de agosto. A direção é de Claudio Torres Gonzaga.

A primeira temporada foi realizada através da Lei Aldir Blanc com o incentivo à retomada cultural. A partir daí, com sucesso e sem patrocínio, a produção segue com as apresentações e a contribuição consciente. A cada sábado, depois da sessão virtual, o elenco recebe o público na plataforma Zoom para bate-papo sobre cultura e empoderamento feminino. O link é divulgado no chat durante o espetáculo: www.youtube.com/michellerajagebara

Baseado no livro homônimo de Claudio Hochman, argentino radicado em Portugal, o texto brinca com o imaginário coletivo do nome, mas sem descrever uma única pessoa, com idealização e produção de Michelle Raja Gebara.

Com 34 atrizes de 12 países em cena, a peça apresenta novas personagens que mostram distintas faces da diversidade feminina. Entre elas estão Rita, Rebeca, Remédios e Branca, interpretadas pela atriz, que na vida real faz de sua casa uma mistura de camarim e palco para encarnar as várias personalidades.

Ela conta que para viver as quatro mulheres no espaço onde mora, na Ilha da Gigóia, na Barra da Tijuca/RJ há sempre um agito com ensaio e preparação como se fosse dentro de um teatro. Renata completa o elenco brasileiro com 20 atrizes, inclusive, faz ensaio virtual com a vizinha, Roberta Chaves, com quem divide uma personagem.

Suas amigas de outros países permanecem em casa no mesmo ritmo teatral, mas em Portugal, Espanha, Panamá, Peru, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Costa Rica e Bolívia. “As personagens são bem diferentes uma da outra. A única que eu faço sozinha é a Rebeca. As outras três a gente divide em dupla ou trio”, avisa Renata.

Mesmo distante e on-line tem uma equipe técnica por trás da encenação: diretor, iluminador, cenógrafo, assistente, preparador de voz e corpo, figurinista e outros.

— É maquiagem, troca de figurino, e os exercícios para entrar em cena, como vocais e o relaxamento, por exemplo. Esses exercícios são comuns entre os atores antes do início de uma peça com apresentação de forma presencial. O que muda agora, é que fazemos em casa antes de ligar a câmera e abrir o áudio — comenta a atriz.

Os desafios de uma carreira multifacetada

Jornalista, dramaturga, diretora e escritora, Renata Di Carmo começa como autora-roteirista em 1998 escrevendo roteiros de humor para emissoras, ainda como freelancer. Mas em 1999 é contratada pela TV Globo e escreve para programas como “Zorra Total” e “Escolinha do Professor Raimundo”.

Primeira roteirista negra contratada da emissora do Jardim Botânico foi também a primeira negra na função de redatora final do programa “Vai Que Cola” (Multishow), na temporada 7. “Acaba sendo uma constante falar sobre esse fato porque ainda em pleno século 21 temos poucos profissionais negros trabalhando nessa área, quando, sabemos, somos a maioria da população.”

Atualmente, ela trabalha em uma nova série para a Netflix, mas os detalhes ainda são guardados em segredo.

Após participações como atriz e roteirista em novelas e humorísticos na televisão, Renata Di Carmo está de volta à frente das câmeras no remake de “Cabocla” (Globoplay). “Eu tenho muito carinho por esse trabalho. Foi uma honra interpretar a Rute, personagem da deusa Lea Garcia na primeira versão da novela. Na trama, ela é a governanta da casa do Coronel Boanerges (Reginaldo Farias), que passa um tempo cuidando do doente Luís Jerônimo (Daniel de Oliveira)”, explica a atriz.

Seu premiado livro “Anele - A Menina dos Olhos de Mundo” (Uirapuru) é um estímulo à leitura infantojuvenil e narra a história de uma princesa negra presa no fundo de um navio encalhado em algum lugar da Costa Gelada e Bravia. Como atriz e escritora Renata participa no dia 20 de agosto da série A(u)TORES com direção de Márcio Vianna. No programa semanal que estreia em 30/7 no Canal Futura, nomes como Lázaro Ramos, Elisa Lucinda, Miguel Falabella, Gregório Duvivier e Érico Brás, atores e autores conhecidos por seus trabalhos em interpretação, falam sobre sua relação com a literatura.