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Com a bandeira roxa no mapa da Covid-19, Mesquita retoma as aulas presenciais

Crianças ainda não foram vacinadas e podem transmitir o vírus

Por Anderson Madeira em 25/08/2021 às 20:13:09

Mesquita tem bandeira roxa no Mapa da Covid-19, com 33 pontos e o maior do estado. Foto: Divulgação

A bandeira roxa no Mapa da Covid-19, com 33 pontos e o maior do estado, indicando risco muito alto de transmissão do novo coronavírus, deveria impedir qualquer município de retomar as aulas presenciais, principalmente na Educação Infantil, já que as crianças ainda não foram vacinadas e elas podem transmitir o vírus. Essa não é uma preocupação da Prefeitura de Mesquita, que determinou a volta as aulas esta semana. Na saída dos alunos houve aglomeração, segundo profissionais de ensino.

“Funcionários terceirizados indicados por vereadores desrespeitaram o uso de máscara nas escolas, deixando-as no queixo. Sem falar em alguns alunos que também ficaram sem máscara, provocando indisciplina. Houve ainda aglomeração na saída dos estudantes, com vários responsáveis também sem máscara”, relatou um profissional de ensino, que preferiu não se identificar por temer represálias.

A reportagem teve acesso a uma mensagem enviada pela Secretaria Municipal de Educação à direção das escolas. Eis:

“Tenham cuidado com as fotos!

Fui orientada pela comunicação da Prefeitura a observarmos fotos onde os alunos estejam sem máscara, ou mal posicionada; profissionais fora dos protocolos ou turmas abraçadas; próximos uns dos outros não serem publicadas. Isso pode gerar problema”.

Nessa quarta-feira, o prefeito Jorge Miranda divulgou um vídeo sobre a volta às aulas presenciais, em suas redes sociais.

No dia 13 de julho último, a Secretaria Municipal de Educação publicou o Ofício nº 13, que diz o seguinte: “Fica recomendado, no âmbito das unidades escolares, enquanto vigorar a situação de emergência em saúde em virtude da pandemia da COVID-19, o uso de máscara de proteção respiratória, seja ela descartável ou reutilizável, de forma adequada”. Ou seja, não obriga nem estabelece penalidade caso a ‘recomendação’ não seja seguida. O ofício foi assinado pelo secretário interino de Educação, Sérgio Renato Ferreira Miranda, irmão do prefeito Jorge Miranda.

Sem almoço

Outra denúncia é referente a proibição aos funcionários de almoçarem na escola em que trabalham. “A direção não explica o motivo. Sempre alegam que pela lei os funcionários não têm direito. Mas, como não recebemos vale e algumas escolas não possuem lugar para comer perto, o habitual era comer na escola depois dos alunos”, denunciou um professor que não quis se identificar por temer represálias.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Educação não se manifestou até o momento.

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe-RJ) informou que está denunciando municípios em bandeira roxa que não fecharam escolas e que é contra a volta às aulas presenciais com a alta taxa de transmissão do novo coronavírus e considerando a variante Delta.





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