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Maus hábitos já afetam coração dos jovens

Sedentarismo, má alimentação e fumo são os principais vilões

Por Cláudia Brito de Albuquerque e Sá em 04/10/2018 às 09:54:53

Além dos exercícios físicos, a boa alimentação impacta na boa saúde do coração (foto:Pixabay)

"A maioria das doenças cardíacas é causada pelos maus hábitos de vida das pessoas, que comem de forma desregrada, são sedentárias e fumantes. Esse é o problema principal que eu vejo no consultório", afirmou o cardiologista Ruy Carneiro. O alerta do médico reforça que a prevenção é o melhor remédio e que precisa começar cedo, pois cada vez mais os jovens estão precisando cuidar do coração.

"Existem jovens de 16 anos que já estão com obesidade mórbida, hipertensão e diabetes. Esses pacientes vivem na frente do computador, o dia inteiro em joguinhos, comendo em fast foods e sem se movimentar. É só uma questão de tempo para aparecer algo mais grave".

Além do sedentarismo, da obesidade e do fumo, também são fatores de risco para doenças cardíacas: hipertensão, colesterol elevado, diabetes, álcool e estresse. Para relembrar que sempre é tempo de cuidar da saúde cardiovascular, o Dia Mundial do Coração foi celebrado, neste sábado, 29.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação, representam a principal causa de mortes no Brasil, responsáveis por mais de 30% dos óbitos registrados. São mais de mil mortes por dia, 43 por hora e uma morte a cada 90 segundos.

É hora de vencer a preguiça e cuidar do coração

Segundo Dr. Ruy, apenas 30% dos seus pacientes aderem realmente ao tratamento, que nem sempre precisa ser medicamentoso. "Quando a pessoa perde peso e passa a ter uma vida mais ativa, os níveis de colesterol e glicose normalizam, ela adquire uma melhor capacidade pulmonar e cardiorrespiratória, sem precisar tomar remédio nenhum", explicou.

Para as pessoas que não podem fazer um exercício mais intenso por conta de algum problema como a artrose, o cardiologista recomenda algum tipo de movimento dentro d"água ou caminhadas curtas.

"Aqueles que estão totalmente parados, com excesso de peso, eu sugiro que comecem a caminhar por 30 minutos e a cada 20 dias aumentem mais dez minutos até chegar a uma hora por dia, no mínimo três vezes por semana".

Em relação à velocidade, a orientação é não ter pressa no início. "Quando o paciente estiver mais disposto deve ir aumentando. O ideal é manter um ritmo que acelere os batimentos cardíacos, que faça suar e cause um gasto energético. Isso não é conseguido imediatamente, mas pode ser alcançado após um mês gradativamente", disse o cardiologista.

Comer mais do que é bom

Além da falta de exercício físico, a nutricionista Cristina Trencher reforça que as escolhas erradas na alimentação são altamente prejudicais. "Hoje em dia, tem muita gente comendo muito do que é mal e se alimentando pouco do que é bom. Isso acaba tendo um impacto no coração e é pior ainda para quem já tem alguma tendência ou comorbidade", alertou.

Um tipo de gordura que não deve ser ingerida é a gordura trans. Não há benefício nenhum em sua ingestão, muito pelo contrário. Ela é encontrada em alimentos ultraprocessados (biscoitos, salsichas, pães de queijo...) que utilizam gordura vegetal hidrogenada em sua composição.

"A indústria usa muito açúcar e gordura para dar sabor. É preciso ficar de olho, ler o rótulo. Essa gordura é muito maléfica porque induz a um processo inflamatório no organismo, isso aumenta a possibilidade de piorar a doença cardíaca".

Além da trans, a gordura saturada e o sódio precisam ser consumidos com cautela. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para pessoas saudáveis, a recomendação diária de sal é de até cinco gramas, o que equivale a uma colher de chá.

"O sódio sobrecarrega o sistema cardiovascular. Tem que olhar a tabela nutricional dos alimentos, porque até o que é doce também têm muito sódio, especialmente os refrigerantes. Em relação à gordura saturada, a ingestão não deve ultrapassar 10% do consumo diário de calorias. Mais do que isso, há o risco de aumentar os triglicerídeos e o colesterol. A gordura da picanha e da pele do frango são algumas das que precisam ser evitadas", advertiu.

O que evitar: alimentos inflamatórios para o organismo:

-Açúcares refinados

-Gorduras hidrogenadas,

-Proteínas alergênicas mal digeridas

-Produtos industrializados ricos em aditivos químicos,

-Agrotóxicos alimentares, entre outros.

 Observação: Esses alimentos aumentam os marcadores inflamatórios e a produção de radicais livres, ocasionando um quadro de estresse oxidativo, piorando ainda mais os efeitos prejudiciais da inflamação.

O que comer mais: alimentos antiinflamatórios:

- Frutas vermelhas como mirtilo, framboesa, amora, jabuticaba, açaí natural, romã;

- Ácidos graxos ômega-3 encontrados em peixes de águas frias e profundas, algumas sementes como linhaça e chia;

- Sementes oleaginosas: nozes, amêndoas, macadâmia, castanhas;

- Gengibre;

- Chá verde e cacau ricos em catequinas;

- Cúrcuma rica em curcumina;

- Pimenta vermelha rica em capsaicina;

- Suco de uva integral rico em resveratrol;

- Frutas e verduras em geral que são ricas em quercetina;

- Farelo de aveia c/ fibras e beta-glucanas;

- Tomate que tem licopeno (entre outros)

Observação: Cada indivíduo é único e pode apresentar alguma intolerância específica ao consumo desses alimentos. Pessoas com gastrite ou úlcera podem não tolerar o consumo de gengibre e/ou pimenta.

 

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