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Falta de saneamento básico faz Brasil gastar R$ 108 milhões com hospitalizações

Novo estudo do Instituto Trata Brasil aponta que as regiões com piores resultados são aquelas que apresentam piores condições de saneamento

Por Portal Eu, Rio! em 06/10/2021 às 08:00:00

Em meio ao maior desafio de saúde pública do Brasil, provocado pela pandemia do novo coronavírus, ainda há outro desafio histórico a ser vencido e que leva pessoas aos hospitais diariamente: a falta de saneamento básico. Quase 35 milhões de pessoas vivem em locais sem acesso à água tratada, 100 milhões de pessoas sem acesso à coleta de esgoto e somente 49% dos esgotos no país são tratados, conforme apontam os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2019.

Se não bastassem os números ruins, mesmo um ano antes da Covid-19 começar no Brasil, a ausência de saneamento básico já sobrecarregava o sistema de saúde com 273.403 internações por doenças de veiculação hídrica – um aumento de 30 mil hospitalizações comparativamente ao ano anterior. A incidência foi de 13,01 casos por 10 mil habitantes gerando gastos ao país de R$ 108 milhões, segundo o DataSUS.

É nesse contexto, que o Instituto Trata Brasil divulga um novo estudo: “SANEAMENTO E DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA – ano base 2019”. O estudo foi feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e o DATASUS, portal do Ministério da Saúde que acompanha os registros de internações, óbitos e outras ocorrências relacionadas à saúde da população do Brasil.

Essas internações por doenças causadas pela falta de saneamento se distribuem pelo território nacional refletindo as condições sanitárias de cada região. Nota-se que a ausência dessa infraestrutura é mais evidente no Norte, onde somente 12% da população possui coleta de esgotos; na região foram 42,3 mil internações por doenças de veiculação hídrica. Em seguida, veio o Nordeste, onde somente 28% da população possui coleta de esgotos, e onde ocorreu o maior número de hospitalizações – 113,7 mil em 2019.

O Sul foi a terceira pior região com 46,3% da população tendo acesso à coleta dos esgotos e 47% do esgoto coletado é tratado. Centro-Oeste tem 57,7% da população com coleta dos esgotos e 56,8% de tratamento do volume esgoto coletado. As duas regiões registram 27,7 mil internações cada. Já o Sudeste tem os melhores indicadores com 79,2% da população com coleta de esgotos, porém com apenas 55,5% do esgoto gerado sendo tratado e 61,7 mil internações. É importante notar que o Sudeste apresenta números de internação maiores que o Norte, porém possui sete vezes mais habitantes. Quando comparados os casos por 10 mil habitantes, forma mais correta, vê-se que os estados do Norte e Nordeste concentram os maiores problemas.




Fonte: Agência Brasil

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