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Defensoria Pública do Rio capacita defensores e servidores para questão da pobreza menstrual

Curso, que será realizado nesta tarde, ocorre um dia após o veto ao projeto de lei que previa distribuição de absorventes

Por Portal Eu, Rio! em 08/10/2021 às 14:16:40

Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) realiza, nesta quinta-feira (8), uma capacitação interna sobre a violência menstrual. Foto: Divulgação

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) realiza, nesta quinta-feira (8), uma capacitação interna sobre a violência menstrual. O objetivo é qualificar defensores e servidores quanto à questão menstrual dentro das penitenciárias femininas e nos setores de maior miséria da sociedade.

O curso ocorre em meio a polêmica do veto, nessa quarta (7), ao projeto de lei que previa a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema.

A capacitação resulta de uma parceria da Ouvidoria da DPRJ com o grupo Mulheres de Axé do Brasil, que está desenvolvendo uma campanha de solidariedade, conscientização e qualificação focada nos órgãos que atuam na defesa de mulheres adolescentes, privadas de liberdade ou em acolhimento institucional. A aula acontecerá pela plataforma Zoom, das 14h às 16h.

Segundo o ouvidor-geral da Defensoria, Guilherme Pimentel, a falta de absorventes é um problema real entre as mulheres encarceradas. De acordo com ele, mesmo quando as famílias levam esse item de higiene para as presas, muitas de fato não o recebem por questões burocráticas.

"Mulheres privadas de liberdade e sem condições financeiras ou ajuda dos familiares, precisam, muitas vezes, recorrer a meios alternativos para se cuidar durante o período menstrual, o que inclui métodos alternativos que podem fazer mal à saúde. Muitas, por exemplo, usam miolo de pão na calcinha. Nas escolas, por sua vez, existem meninas que deixam de ir a aula por uma semana inteira devido ao ciclo menstrual", afirma.

Arrecadações

O grupo Mulheres de Axé do Brasil, tem buscado em todo o país arrecadações para distribuição de absorventes higiênicos para mulheres privadas de liberdade ou em situação de extrema pobreza. Também tem oferecido capacitação para profissionais de todos os poderes quanto à importância de dar atenção a essa causa. Para a Defensoria, essa é uma temática que tem ligação direta com o direito à dignidade.

"Grande parte da população brasileira feminina não possui acesso a protetores menstruais e outras formas de garantir a sua saúde básica no período menstrual de forma adequada, recorrendo muitas vezes a métodos pouco seguros para conter o sangue da menstruação. Nesse passo, a total ausência de saneamento e produtos de higiene voltados para o período menstrual para esse segmento da população faz com que esses insumos acabem se tornando artigo de luxo, colocando em risco não apenas a saúde, mas o desenvolvimento social dessas mulheres", explicou Vodunsi-hê Ana Rosa Silva, coordenadora nacional da Campanha de Combate à Violência Menstrual das Mulheres de Axé do Brasil.


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