A falta de médicos no serviço público, federal ou municipal, é a causa das deficiências do atendimento da Saúde Pública e do fechamento de 906 leitos no município do Rio de Janeiro, segundo o vereador Paulo Pinheiro (Psol), que pede a realização de concurso público para a contratação de novos profissionais da saúde.
Paulo Pinheiro responsabiliza as administrações dos prefeitos Marcelo Crivella e Eduardo Paes pela má gestão do sistema. Nos últimos anos, a Prefeitura demitiu 6 mil médicos e houve a deterioração do sistema.
“É preciso que tanto a Prefeitura quanto o Ministério da Saúde contrate médicos. Existem 22 mil médicos contratados pelo regime de OS, o que é muito ruim. Depois de dois anos, vão embora. Precisamos dE concurso público e funcionários recebendo dignamente”, disse.
A Comissão de Higiene, Saúde Pública e Bem-Estar Social da Câmara Municipal do Rio de Janeiro promoveu, nesta sexta-feira (8), uma audiência pública para debater a situação do os desafios e possíveis caminhos de resolução para o SISREG. O evento foi realizado no Plenário Teotônio Villela, com transmissão ao vivo pelo Youtube da Rio TV Câmara.
Segundo o presidente da comissão, vereador Paulo Pinheiro (PSOL), o objetivo da audiência era fazer, em conjunto com os responsáveis pela matéria nas três instâncias administrativas — municipal, estadual e federal — uma proposta para ajudar na resolução dos gravíssimos problemas que são encontrados na rede de saúde pública do Rio de Janeiro - que acabam por esbarrar nos procedimentos do SISREG.
“Há uma pane no sistema de saúde da cidade por vários motivos, mas há um principal problema, que são as colossais filas existentes nesses sistemas de regulação”, disse o vereador.
Na Audiência foram apresentados dados do Portal de Transparência do SISREG. Antes da pandemia, em 2018, a fila para consultas, exames e procedimentos, contabilizava 311.645 mil solicitações. Já em 2019, a lista tinha 355.261 mil pessoas esperando.
A equipe do vereador constatou que o número de pessoas na fila era maior. Isso porque a “Gestão da Fila” retirou da lista pessoas que faleceram ou que faltaram no dia programado para o procedimento.
“O sistema como uma regulação, não é o responsável pelos problemas. Eles recebem uma demanda e vão ofertar alguma coisa de acordo com o que ele recebe dessas instituições e entidades. Ele vai ofertar a consulta, exame ou o leito, de acordo com o que recebe dos órgãos competentes para fazer esse serviço, que são a Secretaria Municipal de Saúde, Estadual de Saúde e o Ministério da Saúde”, apontou o vereador Paulo Pinheiro (PSOL).
Umas das propostas que surgiram na audiência foi a possibilidade da contratação de pessoal, para aumentar o número de profissionais da saúde. Porém, o representante do Ministério da Saúde, Pedro Geraldo Pinheiro, respondeu que “hoje não temos a perspectiva de abertura de novos concursos para a assistência de atenção à saúde no Rio de Janeiro e está ainda em estudo a forma como faremos isso. Nós teremos agora, no final de outubro, o sétimo certame finalizado e esse número, em torno de 4000, deverá estar chegando na cidade aí no início de novembro.”
Ouça no Podcast Eu, Rio! Áudio do vereador Paulo Pinheiro, da Comissão de Saúde da Câmara do Rio, sobre os problemas e as soluções apontadas para a Saúde do Rio de Janeiro.