Empresas de ônibus propõem 4% de reajuste salarial aos rodoviários

Após mais várias tentativas de negociação, os rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá receberam nesta quarta-feira, 27, uma contraproposta de 4% de reajuste salarial das empresas de ônibus que atuam na região, além de uma cesta básica de R$ 350. Os trabalhadores dos cinco municípios vão realizar assembleia no dia 4 de novembro para discutir se aceitam ou não a proposta. Eles reivindicam reajuste imediato de 10%, além de R$ 400 no valor da cesta básica (hoje o valor atual é de R$ 280).

As deliberações, que ocorrerão nos turnos da manhã e da tarde, serão na sede social do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), no bairro do Sapê, em Niterói. A contraproposta das empresas foi apresentada durante reunião na sede da entidade patronal (Setrerj), em Niterói, e, segundo o sindicato, representa um avanço nas negociações da campanha salarial da categoria, que estavam estagnadas desde agosto, pois as companhias se recusavam a oferecer qualquer percentual de reajuste.

“Isso não significa, no entanto, que os rodoviários vão aceitar a contraproposta. Vamos colocá-la para a assembleia deliberar. O que a categoria decidir é o que vai valer para o sindicato”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

Os trabalhadores decidiram, em uma série de assembleias, entre setembro e o início de outubro, reivindicar ainda aumento de 20% nas demais cláusulas econômicas do contrato de trabalho; comissão de 2% para os motoristas que acumulem a função com a de cobradores; e instalação de cofres nos pontos finais de maior circulação.

O Sintronac havia encaminhado a proposta de reivindicações ao Ministério Público do Trabalho, que está intermediando as negociações com as empresas, já que estas, segundo o sindicato, se recusavam a dialogar com a entidade. De acordo com dados do

Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 1º de novembro de 2019, quando ocorreu a última data-base dos rodoviários, o custo da cesta básica no Rio de Janeiro era de R$ 455,37, comprometendo 45,62% do salário-mínimo em vigor na época. Atualmente, em valores de junho deste ano, a cesta básica chegou a R$ 619,24, que corresponde a 56,29% do poder aquisitivo dos trabalhadores desta faixa salarial.