O dia 1º de novembro é, comumente, lembrado como o Dia de Todos os Santos. Mas também existe outro feito importante nesta data, e de alcance em todo o planeta. Isso porque também se celebra nesta segunda (1º) o Dia Mundial do Veganismo e o início do Mês Mundial Vegano.
Desconhecido anos atrás, o termo vegano é presença constante hoje em cardápios, embalagens de alimentos, produtos de beleza e até mesmo limpeza da casa e vestuário. E um estudo da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), realizado pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC) em 2021, apontou que 32% das pessoas escolhem opções veganas quando elas estão destacadas pelo estabelecimento. Isso significa que um em cada três brasileiros adere a esse estilo de vida.
Para a SVB, atender a essa tendência crescente não deve ser encarado como um desafio difícil, mas sim uma conquista à mão de todos estabelecimentos e empresas. Os pratos com combinações tradicionais e ingredientes facilmente encontrados em feiras e mercados, como o arroz e o feijão, fazem parte das refeições veganas. E, para quem deseja ousar mais e oferecer um sabor semelhante ao da carne, já existem diversas opções nos supermercados, que vão desde sabores que remetem ao hambúrguer bovino a pedaços de frango e peixes como o atum. Marcas locais aquecem o mercado vegano em capitais e cidades do interior, onde produtos à base de vegetais desenvolvidos por grandes empresas já estão presentes.
“Há uma oportunidade gigantesca para as marcas que tiverem bons produtos veganos nos seus portfólios. É um mercado que vem crescendo por conta de uma maior consciência dos consumidores com relação àquilo que vão consumir", explica o presidente da SVB, Ricardo Laurino.
Nutricionista explica se veganismo é prejudicial à saúde
Apesar do crescente número, tornou-se comum afirmar que a dieta sem nenhum tipo de proteína animal é fraca e prejudicial à saúde por causa da ausência de substâncias importantes ao organismo, como cálcio (leite e derivados) e ferro (carne vermelha). Entretanto, a nutricionista Luna Azevedo discorda de tal afirmaçao.
Considerada referência em alimentação plant-based e especialista em veganismo, ela explica que o estereótipo do vegano fraco e magro se tornou tão universal que a maioria das pessoas teria dificuldade em acreditar que qualquer pessoa de tamanho ou força significativa não comesse carne ou outros produtos de origem animal.
"As dietas vegetarianas/veganas não apenas constituem um boom atual com crescente aceitação e apreciação entre o público em geral, mas o número de vegetarianos e veganos também está aumentando nos esportes, incluindo vários atletas famosos de nível mundial, como Fiona Oakes, Rich Roll, Serena Williams, Lewis Hamilton e Kendrick Farris", comenta a profissional.
Preconceito contra atletas veganos
Luna afirma que nas sociedades antigas, já era sabido por gladiadores e filósofos proeminentes que a alimentação baseada em vegetais potencializava o desempenho físico e mental. No entanto, embora afirme que essa dieta traz sólidos benefícios para a saúde, os atletas veganos frequentemente enfrentam preconceitos que não são fundamentados.
"Os atletas que aderem a essa alimentação fornecem evidências suficientes de que para todos os tipos de esportes, desde resistência de alto nível a disciplinas de potência e força, o sucesso atlético pode ser alcançado ao seguir uma alimentação baseada no consumo de vegetais. Portanto, é possível afirmar que uma alimentação vegana é compatível com o desempenho máximo em esportes profissionais e de elite", reforça Luna, que também enfatiza que os principais benefícios para atletas veganos em comparação com alimentos e produtos não-veganos são a maior ingestão de carboidratos complexos, fibra alimentar, vitaminas antioxidantes C e E, ácido fólico, magnésio, potássio e sódio, carotenóides e outros fitoquímicos.
Os atletas precisam de um aporte glicidico maior se comparado ao de na?o atletas, ja que os carboidratos compo?em o glicoge?nio muscular, sendo este o principal substrato energetico usado durante o exercicio. Como a alimentac?a?o à base de vegetais costuma ter maiores taxas de carboidratos, ha uma melhor disponibilizac?a?o de substrato para uma mais eficiente sintese de glicoge?nio e para o anabolismo muscular.
Além disso, atletas de alta performance tendem a apresentar a func?a?o imunologica ligeiramente suprimida, conseque?ncia do alto grau de stress oxidativo e liberac?a?o de fatores inflamatorios induzidos pelo alto volume de exercícios praticado. Segundo a nutricionista, a alimentação vegana possui diversas propriedades anti-inflamatórias, fortalecendo a função imunológica e o status antioxidante, garantindo saúde, constância nos treinos e boa performance nas provas.
"Uma alimentação rica em alimentos naturais é recomendada principalmente em períodos de recuperação dos corredores. Inclusive, alguns atletas onívoros recorrem a uma dieta vegana temporária quando precisam se tratar de lesões, visto que ela possui menos alimentos inflamatórios", ressalta.
a aplicação da conduta nutricional responsável em todas as fases da vida. Dra Luna atende desde pacientes pré e pós cirúrgicos, gestantes, bebês, idosos até atletas de todas as modalidades (luta, fisiculturismo, corrida, bike, entre outros).
Distribuição de alimentação vegana
Outra associação comum é que alimentos do tipo são de difícil acesso financeiro por parte da população mais pobre. Além disso, há quem critique uma falta de atitude sobre iniciativas que visam reduzir a desigualdade social, sobre tudo a alimentar.
Colocando-se como porta-voz do movimento em nível mundial, a organização sem fins lucrativos, Million Dollar Vegan, afirmou já ter distribuído mais de meio milhão de refeições veganas desde o início da pandemia como parte da campanha “Tire As Pandemias Do Cardápio”, que vai celebrar o Dia Mundial do Veganismo com uma grande mobilização solidária durante duas semanas em 14 países do mundo. Milhares de refeições a base de plantas serão distribuídas nos países participantes que incluem o Brasil, México, Argentina, EUA, França, Índia, Etiópia, entre outros.
No Brasil, o tema da ação é a sustentabilidade que será o foco das informações compartilhadas junto com os alimentos. Serão 2.100 fatias de bolos veganos oferecidos gratuitamente para motoboys que forem retirar pedidos no restaurante Green Kitchen da capital paulistana, durante o mês de novembro. Os alimentos serão distribuídos com material educativo sobre os benefícios para o meio ambiente de uma alimentação à base de plantas e informações sobre como adotar esse tipo de alimentação de forma saudável.
Movimentação no comércio
A data também é celebrada pelo comércio e para atrair a clientela vale tudo. Desde a abaixar os preços do que é oferecido até a conquistar o consumidor pelo olhar. Pensando nisso, o restaurante Pecorino Barra, na Zona Oeste, oferece o Macarrão Mezzo a Mezzo com pesto de manjericão e molho de tomates por R$ 49. Mas engana-se quem pensa que é só o setor gastronômico que fica atento a esse dia.
Empresa do ramo de beleza, a Nazca Cosméticos preparou a Pink Friday, uma ação promocional que irá oferecer descontos exclusivos na loja virtual durante todo o mês de novembro. A analista de E-commerce da marca, Cínthia Gomes, explica que o cliente vai encontrar descontos em todos os produtos e kits. Há ofertas que podem chegar a até 80%.
“Novembro é um mês muito aguardado pelos consumidores devido as promoções que acontecem na última semana. Esse ano a Nazca Cosméticos decidiu prolongar esses descontos e oferecer valores promocionais o mês inteiro. Essa é uma forma de nos aproximar ainda mais dos nossos consumidores, além de ser uma ótima oportunidade para conquistar novos clientes que desejam conhecer a toda a nossa diversidade em produtos” afirma Cinthia .