Tentando a reeleição para um segundo mandato, o presidente da OAB de Volta Redonda, Rodrygo Vidal Gomes Monteiro, está sendo denunciado por violência contra a mulher e conduta antiética contra funcionários. A eleição para a presidência da Seccional será no próximo dia 16. Vidal foi eleito para o cargo em 23 de novembro de 2020, após uma eleição interna de conselheiros. Ele assumiu a presidência após a titular, Iaciara Diogo, renunciar para morar em Macaé, sul fluminense. Esta tinha assumido no lugar de Alex Martins, que saiu para disputar a Prefeitura de Volta Redonda. Ele recebeu 13 votos contra 12 de José Rodrigo Rocha Pançardes. O mandato de Rodrygo encerra no fim de dezembro.
Advogado Rodrygo Vidal Gomes Monteiro. Foto: Rede Social
Eis trechos da denúncia contra o candidato:
“Rodrygo Monteiro Vidal, que em toda sua vida se identificou como Vidal, ocultando o sobrenome que usa atualmente devido a problemas familiares com seu pai Monteiro. (...) Após o falecimento do seu pai, começou a utilizar o nome do pai em destaque, vez que era um advogado de prestígio, expulsou sua tia até então sócia do escritório com seu pai e outros sócios, trancando o portão, retendo os processos e computadores desses profissionais, sendo necessária a atuação da comissão de Prerrogativas da OAB/VR, gerando esse fato um processo criminal.
Nunca ocupou nenhum cargo na OAB nem em comissões. Caiu de paraquedas devido a acordos políticos na última diretoria e se tornou presidente em uma eleição interna do conselho, ganhando por um voto, devido à renúncia do antigo presidente, Alex Martins.
Também possui um processo disciplinar na OAB de um advogado por infração antiética com o próprio colega de profissão, qual seja, juntou uma procuração nos autos já em fase de recebimento do precatório, sem sequer enviar a renúncia ao advogado constituído.”
O fato gerou registro de ocorrência na 93º Delegacia de Polícia (Volta Redonda) por “Exercício Arbitrário das Próprias Razões”. Vidal responde ainda a processo por violência contra a mulher (com medida protetiva). Este foi iniciado em 2016. Em 01 julho de 2021, o juiz Alexandre Rodrigues de Oliveira, da comarca de Volta Redonda, concedeu medida protetiva de 12 meses contra o advogado, que teria que ficar a uma distância mínima de 500 metros da vítima. Ele foi acusado de ameaça e violência psicológica. Não foi divulgado o nome da vítima.
Para a advogada Genilda Alcides, apoiadora da Chapa 3 da OAB local - Rodrigo Vitorno e Gisele Alcides -, as denúncias mancham a candidatura de Rodrygo e o seu cargo. “Mancham e jogam a credibilidade no brejo”, observa a advogada. Apesar disso, ela acredita que o fato não tira seu adversário da disputa. “Ele não foi condenado ainda por violência doméstica", observa.
Genilda acrescentou que não sabia inicialmente das denúncias. “Se eu soubesse, não aceitaria ser presidente da Comissão OAB Mulher”, afirma.
Advogada Genilda Alcides: "credibilidade no brejo".
O advogado Guido Tiepolo, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, concorda com Genilda. “Uma denúncia como essa mancha a candidatura. Inviabilizar não, pois não há trânsito em julgado nas ações penais nem na representação administrativa”, explica. Segundo ele, os presidentes das seccionais devem ter nome limpo. “Não tenho conhecimento de outro caso de presidente denunciado, mas, em regra, os presidentes de seccionais e subseções possuem reputação ilibada, justamente para não sofrerem desgaste nas eleições”, conta.
Advogado Guido Tiepolo, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ: "presidentes das seccionais devem ter nome limpo". Foto: Divulgação
Rodrygo tem 34 anos e exerce a advocacia há mais de dez anos. Quando eleito, prometeu fazer uma gestão coletiva e com a participação de todos os conselheiros, resgatando a credibilidade da OAB-VR junto à classe e à sociedade. A vice em sua chapa é a advogada Grazielle Granato. Procurado pela reportagem, ele preferiu não se manifestar. O espaço continua aberto para suas manifestações.