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Estado promove serviços gratuitos para público LGBTQIA+ no Complexo da Maré

O espaço oferece atendimento psicológico, jurídico e de assistência social, além de cursos profissionalizantes.

Por Portal Eu, Rio! em 23/11/2021 às 07:00:00

Além de serviços gratuitos e cursos profissionalizantes, o espaço funciona ainda como ponto de informação, acolhimento e mobilização. Foto: Divulgação

Nascida e criada no Morro do Timbau, Fernanda Telles, de 37 anos, é uma das 50 travestis que cursam Gastronomia no Complexo da Maré. Moradora da Nova Holanda, Nataly Ferreira, 32, que já recebe acompanhamento psicológico a poucos passos de casa, já se inscreveu para aulas de informática e costura. Oportunidades e acolhimento que as duas nunca haviam recebido e viram surgir há pouco mais de um mês, quando o governo do estado inaugurou na Maré o primeiro Centro de Cidadania LGBTI (CCLGBTI) localizado em favela, uma iniciativa pioneira na América Latina.

O espaço, situado dentro da Nova Holanda, é administrado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, por meio do Programa Rio Sem LGBTIfobia. O local oferece serviços gratuitos de atendimento psicológico, jurídico e de assistência social, além de cursos profissionalizantes para diferentes áreas. Funciona ainda como ponto de informação, acolhimento e mobilização.

Oficialmente, o CCLGBTI Maré foi inaugurado em 30 de setembro, mas os atendimentos – que já são mais de 140 – começaram em agosto.

Nova visão para o futuro

Desempregada, Fernanda Telles conta que a oportunidade tem mudado sua visão sobre o mercado de trabalho.

– Tenho aproveitado todos os treinamentos possíveis oferecidos pelo CCLGBTI. Sei que a partir disso, vou chegar em meu objetivo de ser empregada. Tem sido uma ajuda muito eficaz, principalmente nessa pandemia. É muito importante para a gente que se sente tão vulnerável em uma sociedade preconceituosa – afirmou ela, que também foi auxiliada pelo serviço jurídico do local.

Nataly Ferreira já se inscreveu para os cursos de informática e costura, que serão ofertados em breve pela unidade.

- Esse era um suporte que nós, trans e faveladas, não tínhamos. Participo de todos os eventos e faço psicólogo aqui também. Me sinto verdadeiramente acolhida. Foi uma bênção essa inauguração, e tão perto de casa – resume Nataly.

Dignidade e respeito para todos

O secretário de Estado de Desenvolvimento e Direitos Humanos, Matheus Quintal, destaca a importância de políticas públicas para combater a discriminação contra a população LGBTQIA+.

– O CCLGBTI é um equipamento que realiza um serviço importantíssimo, promovendo políticas públicas de combate à LGBTIfobia e visando contribuir para o acesso a direitos e para a promoção da cidadania dessa população tão marginalizada – diz o secretário.

Projeto de expansão para outras comunidades

Ao todo, o governo mantém hoje 15 CCLGBTIs. Os equipamentos estão distribuídos por todas as regiões e funcionam a partir de parcerias com as prefeituras. Só este ano, a secretaria inaugurou outros dois espaços do tipo: em abril, em Campos, o primeiro na região Norte do estado; e em julho, em Miracema, único no Noroeste Fluminense.

Coordenadora do centro e ativista da causa LGBTQIA+, Gilmara Cunha, de 37 anos, pensa em evoluir ainda mais o trabalho, levando os serviços de forma itinerante para as outras comunidades do Complexo do Maré.

- Estudamos a possibilidade de o projeto se expandir, começando pelas favelas vizinhas da Nova Holanda. Considero essencial pensar políticas públicas para territórios invisibilizados. A ideia é que esse espaço promova transformações e tenha um impacto direto na vida das pessoas, pensando na qualidade de vida e em políticas afirmativas para a população LGBTQIA+. Ter a presença do Estado aqui é importante. Vejo como uma frente ousada da Secretaria – pondera.


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