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Momentos que marcam (ou não)

Campanhas eleitorais marcam frases ditas e slogans criados por políticos

Eu, Rio! relembra pérolas que ditaram campanhas ontem e hoje no país


Foto: Pixabay

Historicamente nos pleitos eleitorais e no decorrer de sua vida pública candidatos e políticos eleitos de ontem e hoje, desfilam na tv, rádio, jornais e nos últimos anos na internet muita ou pouca retórica, na hora de convencer o eleitor. Apresentando os mais variados jeitos, caras e bocas na hora de patentear sua marca de olho nos milhares de votos. Pescamos algumas pérolas colhidas nas profundezas dos mares da política antiga e contemporânea na campanha eleitoral, na busca dos milhares de indecisos e mudança de preferência dos eleitores no palco real e na fantasia das telas, teatros, nas esquinas da vida e no cotidiano.

“Cinquenta tons de Temer”: Guilherme Boulos, candidato a presidente pelo PSOL citou em alguns debates uma expressão tirada da trilogia romântica e sensual para falar que todos os outros candidatos eram parecidos com o atual presidente da República, mas curiosamente seu número de chapa eleitoral era 50.Com sua voz mais grave deu romantismo a essa nova expressão. 

“Nós sim, nós não, não sei”: Rodrigo Tavares, candidato a governador pelo PRTB-SP congelou no debate enquanto comentava na réplica da pergunta sobre superfatumento em obras para o candidato Luiz Marinho PT-SP. Se retratou e adiantou: “ Sou humano ... sei que amanhã estarei na internet com memes como piripaque do Chaves”. Estava certo, foi exatamente isto que ocorreu.

“A Democracia é uma Delícia”: Cabo Daciolo, candidato a Presidente pelo Patriota em réplica a Ciro Gomes em questionamento sobre saúde dizendo a Ciro que ele quando esteve doente foi para o Hospital Sírio Libanês enquanto o povo sofre no SUS. Seu palanque nos debates por vezes fora transformado em púlpito, com expressões cristãs puxando o 'x' na pronúncia: “Glória a Deus (Deuxxx) ”.

“Abre o olho” - Álvaro Dias do PODEMOS falava em campanha pelo Brasil, mas não estava de olho no cronômetro no debate no último debate na TV antes das eleições perdendo o tempo da pergunta direcionada a Henrique Meirelles ao ponto de ser interrompido por Wiliam Bonner, entregou carta a Haddad para entregar a Lula e deu um leve cochilo em rede nacional.

O rascunho na mão de Bolsonaro no debate na Rede TV foi outro ponto inusitado da campanha do primeiro turno que trazia as palavras chave: pesquisa, armas e Lula, que mistérios traria esse trio de vocabulário?  Na mesma Rede TV Bolsonaro no programa de entrevistas de Marian Godoy o candidato do PSL tinha outras inscrições na mão. O candidato disse a repórter que de vez em quando fazia essas anotações na palma da mão.

Girando o relógio no sentido anti-horário encontramos as raridades ditas por políticos que fizeram história no século passado, literalmente.

“56,56 meu nome é Enéas” Em 1989 Enéas Carneiro aparece na política criando o Partido da Ordem Nacional (PRONA), se candidata a presidente no mesmo ano, mais adiante 1994 e 1998. Tinha uma inserção de 15 segundos, “voava” para deixar o seu recado velozmente. Em 1994 ficou em terceiro na eleição presidencial. Bateu recorde na eleição para deputado federal em São Paulo com 1,7 milhões de votos, essa expressiva votação através do coeficiente eleitoral puxou mais cinco cadeiras para o seu partido. O tratamento de saúde o fez tirar a característica barba, trocou o jargão para: “Com barba ou sem barba, meu nome é Eneas’.

Democracia se faz com respeito e com o povo. Eduardo cunha já deputado pedia em campanha pela continuidade do seu mandato fechando seu discurso com uma celebre frase: “Afinal de contas, o nosso povo merece respeito”, o que pelo jeito o ex –deputado cassado, condenado e preso na operação Lava jato não viveu o slogan repetido como um mantra.

“Esse processo é uma pantomina, uma patuscada ... repudio e repilo com toda veemência da minha força interior do meu coração” Fernando Collor, que apareceu “caçando” marajás em Alagoas, de estilo esportivo e com eloquência verbal, craque nas palavras complicadas. Bradou esta expressão sobre possível sonegação fiscal na época presidente da república “é uma fantasia, é um devaneio; é um sonho de uma noite de verão" Collor é um craque na oratória e ainda dizia que tinha “aquilo roxo”, expressão de virilidade no Nordeste. Xingou na tribuna do senado na ocasião o ex- procurador Rodrigo Janot pela acusação de compra de carros de luxo apreendidos na Lava Jato.

“Brasileiros e brasileiras”: Jose Sarney, político maranhense, que herdou a vaga de presidente após o falecimento de Tancredo Neves, começava na maioria das vezes em seus pronunciamentos conclamando a nação brasileira a ser fiscal da medida implantada pelo governo de congelamento de preços. Em seu governo criou-se a moeda cruzado, que não vingou dando mais um “cruzado” de esquerda e direita em nossa frágil debilitada economia de hiperinflação e juros altos.

De forma insistente vida imita a arte mais do que arte imita a vida, dizia Oscar Wilde, e apresenta nossas caricaturas dos seres humanos. O imortal Chico Anysio ainda em anos tenebrosos da ditadura lança o personagem Justo Verissimo o deputado Justo Verissimo, o político da ficção tinha marcantes jargões dentre eles: “quero mais que os pobres se explodam” e “ O povo era só um detalhe”. No programa de humor “A praça é nossa” um outro deputado, João Plenário, interpreta pelo ator Saulo Laranjeiras, volta e meia envolvido em falcatruas, desengonçado, mulherengo e quando acuado enrola o discurso para se defender e confundir o seu eleitorado fictício, por que nem ele entende o que diz.

  Na novela “O bem-amado”, criação de Dias Gomes e imortalizado por Paulo Gracindo, era mestre em frases de efeito e mesclas de pensamentos com um toque de demagogia: “Vamos botar de lado os entretanto e partir logo pros finalmente” e “Isto deve ser obra da esquerda comunista, marronzista e badernenta”, no seu plano de governo defendia a construção do cemitério da cidade de Sucupira.

 O escritor Eça de Queiroz que também era jornalista e advogado citou uma frase interessante sobre a necessidade do rodizio no poder e quando a gestão não corresponde aos anseios do da sociedade e do país. “Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão” Não precisa de explicação o que ele disse já que todos nós fomos crianças. Fiquemos com o riso e alegria por hora para engolir as mazelas dos desgovernos atuais, a corrupção e o descaso com a boa prática pública, que a tensão e alguns casos violência política seja substituída pela união de todos para construir um Brasil melhor, igualitário e justo para todos os brasileiros.

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