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Comitê Científico receita compra direta de vacinas para crianças pela Prefeitura do Rio

Cientistas alertam para não esperar Bolsonaro e iniciar desde já imunização contra a Covid-19

Por Portal Eu, Rio! em 21/12/2021 às 15:27:19

Vacinação de crianças, iniciada em Israel, chegou aos EUA e à Europa, mas aguarda providências no Brasil. Foto: RTP

O Comitê Científico da Prefeitura do Rio recomendou fortemente a vacinação imediata de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. A indicação à Secretaria Municipal de Saúde envolve a compra direta da vacina junto aos fornecedores, caso necessário. O alerta coincide com o adiamento até 5 de janeiro da determinação do Supremo de que o Ministério da Saúde providencie o início da vacinação infantil.

O documento do Comitê Científico, integrado por especialistas como Margareth Dalcomo (Fiocruz/pneumologista) e Roberto Medronho (UFRJ/infectologista), informou que a cobertura vacinal se aproxima dos 80% (79,9%) em duas doses e 86%(85,7%) com pelo menos a primeira dose. Nesse quadro, de acordo com o Comitê, é possível fazer o Carnaval sem restrições em fevereiro. Por ora, contudo, segue essencial manter o uso de máscaras, evitar aglomerações e ampliar a percentagem da população vacinada com pelo menos uma dose. Daí a necessidade de começar o quanto antes a vacinação das crianças de cinco a onze anos.

A Advocacia-Geral da União, a pedido do presidente Bolsonaro, recorreu ao Supremo Tribunal Federal e conseguiu a extensão até janeiro da obrigação de o Governo Federal responder sobre a vacinação das crianças. Com isso, somente nessa data o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, iniciará providências a respeito da imunização infantil. O prazo original, de 48 horas, terminava nesta quarta-feira, até que o relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski, acolheu o pedido de extensão da AGU, na terça-feira.

Na terça-feira, em conversa com apoiadores na saída do Palácio Alvorada, Bolsonaro tachou de inacreditável a decisão da Anvisa de liberar a vacina da Pfizer para crianças com mais de onze anos. O presidente repetiu a exigência de identificação dos responsáveis pela portaria.

O ultimato de Bolsonaro provocou reações distintas. Os técnicos envolvidos na discussão tecnica gravaram mensagens assumindo a responsabilidade. Grupos antivacina fizeram ameaças coletivas e individuais aos técnicos. A direção da Agência solicitou à Policia Federal investigação sobre as ameaças e proteção individual, se necessário com escolta, aos profissionais ameaçados.

Em entrevistas posteriores, o diretor-presidente da agência reguladora, almirante Antônio Barra Torres, rebateu as ameaças, reafirmou a liberação e confirmou o recebimento de pedido semelhante do Instituto Butantan para a liberação da Coronavac para o público de 5 a 11 anos.

Na entrevista coletiva em que detalhou a decisão da Agência, Barra Torres advertiu que a Covid-19 matou mais crianças que todas as demais doenças infecciosas preveníveis por vacinas. Apesar dos problemas na cobertura vacinal de males antes erradicados, como o sarampo, e de o maior risco de complicações pelo novo coronavírus afetar idosos, acima de 60 anos, e portadores de comorbidades como obesidades, doenças cardíacas, pressão alta e diabetes.

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