Fios expostos, bancos sem assentos, jardins sem manutenção, pedras portuguesas soltas, muretas dos canteiros desabando e desordem na ocupação do solo. Principal área de lazer do Peró, em Cabo Frio, a Praça do Moinho mais uma vez entra na alta temporada sem as melhorias solicitadas há anos por moradores, veranistas e comerciantes. O local é o principal ponto de concentração de visitantes depois da praia.
Segundo antigos moradores do Peró, foi a própria Prefeitura de Cabo Frio que desfigurou o projeto original da área de lazer, pois ocupou um espaço para construir um prédio destinado à Polícia Militar que, no entanto, jamais ocupou o imóvel. A área de patinação foi aterrada e coberta com concreto com borda pontiaguda, um risco para crianças e idosos em caso de queda.
Sem atenção da Prefeitura, o padrão de energia (local onde ficam os medidores e disjuntores elétricos) é um risco para os frequentadores da praça. Os fios se entrelaçam nas árvores e ficam expostos no chão da praça.
— A porta do padrão fica aberta. Lá dentro há um emaranhado de fios expostos por falta de manutenção por parte da Enel e da Prefeitura. As crianças com certeza estão expostas a perigo. É um local público e cabe ao Governo Municipal fiscalizar o local. As mesas e assentos estão quebrados. A Prefeitura levou o mobiliário para conserto há três anos e não devolveu. A praça é uma verdadeira desordem — lamentou Elias Fernandes, do Espaço Comunidade.
Em nota, a Enel Distribuição Rio informou que só instalou ligações provisórias ou medidores para ambulantes com autorização da prefeitura e que a responsabilidade pelo padrão, após instalado, é do cliente. A companhia acrescenta ainda que vai fazer o levantamento dos medidores da Praça do Moinho que estiverem abandonados e promover a retirada.
Segundo moradores, o secretário de Governo de Cabo Frio, Davi Souza, e o prefeito José Bonifácio conhecem o problema da praça. Souza, em visita ao Peró, prometeu revitalizar a área de lazer, mas a promessa não foi cumprida. Os comerciantes e moradores temem que a desordem no local volte a paralisar, como nos anos anteriores, o transporte público e circulação de veículos pesados de carga e descarga, da coleta do lixo e das pipas que transportam água.