Atualmente preso, o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha, está usando a sua filha, Eduarda dos Santos Lopes, a Duda, para ajudar na retomada da Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio.
Ela foi flagrada em um vídeo obtido pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) negociando com a alta cúpula da principal facção criminosa de São Paulo, o PCC (Primeiro Comando da Capital), apoio logístico e bélico para uma nova tentativa de retomada da Rocinha.
Outras duas pessoas também participam do plano. Seu genro e antigo aliado, Adriano Cardoso da Silva, o "Modelo" e José Adailton de Lima Silva, traficante de armas.
Até o presente momento, seis pessoas envolvidas neste plano criminoso foram identificadas, indiciadas e tiveram a prisão decretada pela Justiça. São elas: o próprio Nem; Duda; Adriano; José Adailton; Joelton Gomes de Souza e Rafael Quatroni de Oliveira, sendo estes dois últimos integrantes da alta cúpula do PCC.
Todas essas pessoas citadas responderão pelos crimes de tráfico de drogas e associação para fins de tráfico de drogas, organização criminosa e comércio ilegal de armas e munições.
Nem está preso desde 2011. Durante um bom tempo, mesmo na cadeia, se manteve como o comandante do tráfico na Rocinha. No ano passado, perdeu o posto para o antigo aliado, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que mudou a facção que domina a favela para Comando Vermelho (CV). Rogério também está preso.
Não é a primeira vez que surgem rumores do envolvimento do PCC na tentativa de retomada da Rocinha. Uma outra investigação da Polícia Civil do Rio revelou em setembro que uma quadrilha que atuava no roubo de cargas também tinha ligação com a facção paulista e planos para invadir a Rocinha.
Uma outra investigação, desta vez do Ministério Público Estadual de São Paulo, flagrou conversas entre bandidos da organização criminosa paulista comentando sobre um plano de retomar a favela carioca.