O Grêmio Recreativo escola de Samba Educativa Império da Tijuca entra na Avenida Marquês de Sapucaí no sábado, 2 de março. Será a quinta desfilar e apresentará o enredo “Império do café, o Vale da Esperança”. Além de mostrar a história do Vale do Café, região do sul Fluminense, a escola vai contar com passistas e sambistas de várias partes do mundo.
Uma das mais novas integrantes é a peruana Johana Vizcarra, fundadora de uma escola de samba na Califórnia (EUA), a ‘Samba Conmigo’, em atuação há dez anos nos Estados Unidos. Johana Vizcarra será musa da escola.
Além da estreante Johana, Império da Tijuca terá outras gringas. A musa londrina Samantha Flores já desfila há cinco anos na escola. Além das duas musas, os fãs da escola poderão ver o desfile de duas australianas, duas argentinas, uma russa, uma japonesa, uma suíça e uma uruguaia.
Bastante democrática e globalizada, a escola também conta com duas brasileiras que vivem na Inglaterra, outras duas moradoras do Rio Grande do Sul, uma de Santa Catarina e a musa baiana Ioná Galvão. O coordenador de passistas justifica:
“O mundo mudou e nós mudamos junto com ele, nos adaptando e mantendo tradições. Desde 2013, nas alas que tive oportunidade de dirigir, já desfilo com passistas de fora do Rio ou de diferentes nacionalidades como Japão, Chile, Argentina, Uruguai, Jamaica, EUA, Rússia, China, Austrália e alguns estados brasileiros. A globalização da dança do samba é latente, pulsante e quanto mais interações pudermos gerar, melhor. A essência do passista e o amor à dança do samba ganha terreno dia após dia, por isso vamos abrir espaço pra essas pessoas demonstrarem sua arte no maior palco de carnaval do mundo. O samba é agregador em sua raiz, não separatista”, justifica o coordenador de passistas Gabriel Castro.
Paixão pelo carnaval
A passista peruana Johana Vizcarra é apaixonada pelo ritmo brasileiro. Tanto que chegou a fundar uma agremiação norte-americana. A ‘Samba Conmigo’ é uma das escolas de samba mais famosas dos EUA:
“Nasci no Peru e desde criança via os desfiles do carnaval carioca. Cresci admirando e amando a cultura brasileira. Para mim, ser musa era apenas uma ilusão que nunca pensei que seria realizada. Meu amor pelo Brasil, seu povo e o samba é um sentimento indescritível, não tenho palavras para explicar a paixão que sinto pelo país e sua cultura. Agradeço a Deus, a comunidade da escola pela grande oportunidade de ser musa e já sinto amor, respeito e muita responsabilidade pela agremiação”, declarou a peruana.
O enredo da Império da Tijuca é desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Caribé e também fala de um povo que chegou de fora do Brasil. É a história dos escravos trazidos de Angola e que foram levados ao Vale do Café, região que reúne municípios como Vassouras e Valença, entre outros.