O Museu do Amanhã, instalado na região portuária do Rio, conquistou o prêmio Leading Culture Destinations Awards 2018 (LCD Awards), na categoria Melhor Organização Cultural do Ano para Promoção de Soft Power pelo seu destacado modelo de gerenciamento. A cerimônia, que é considerada o ‘Oscar’ dos museus, contou com concorrentes de peso. Entre eles o Museu de Vancouver e o Museu do Louvre de Abu Dahbi. O LCD Awards, é a maior premiação internacional concedida às instituições, organizações artísticas e cidades que são destinos culturais.
Em português, ‘Soft Power’ significa ‘Poder Suave’. Em se tratando do LCD Awards foi avaliado o poder de influenciar o comportamento da sociedade, que para os jurados da competição, o Museu do Amanhã atende perfeitamente esse propósito, sendo responsável por transmitir ao mundo a imagem do Brasil.
A influência social da instituição, também contribui para essa exposição mundial. O Museu tem, em seu corpo de funcionários, moradores do morro da Providência e ainda disponibiliza a entrada gratuita de 30 mil pessoas da região. Outro fator relevante na avaliação do júri estava relacionado a sustentabilidade financeira da instituição, que conta com a iniciativa da Prefeitura do Rio e da Fundação Roberto Marinho, em parceria com o Banco Santander.
Segundo o Diretor-Presidente do Museu do Amanhã, Ricardo Piquet, a instituição sempre teve a preocupação de atender ao público como um todo. “Antes mesmo da nossa abertura, houve preocupação em construir um relacionamento com os nossos vizinhos – hoje já são mais de 4 mil cadastrados no nosso programa de gratuidade, que dá direito a acompanhante em qualquer dia de funcionamento – e demais instituições culturais da cidade – construímos uma rede com mais de 20 centros culturais por meio do projeto Entre Museus”, revelou.
Alguns fatores foram responsáveis pela conquista do prêmio que para Piquet, comprovou sua eficiente gestão. “O LCD Awards destacou o modelo de gestão do Museu do Amanhã, sob a responsabilidade do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), como exemplo nacional de gestão e autofinanciamento, enfatizando o caráter inovador do projeto, que é uma iniciativa da Prefeitura, concebida em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, tendo o Banco Santander como patrocinador máster”.
A conquista desse prêmio reafirma a proposta da instituição não só para o Rio de Janeiro, mas também para o país. “A premiação numa categoria tão importante como a de melhor organização cultural do mundo pela capacidade de provocar, engajar e influenciar positivamente a sociedade, ratifica nosso propósito de promover uma melhor relação com o nosso planeta e uma melhor convivência entre nós”, afirmou o diretor.
O ‘Amanhã’, vem superando as expectativas desde sua inauguração. Somente em 2016, 1,4 milhão de visitantes registraram presença, o triplo do que havia sido previsto inicialmente pela Prefeitura. O Diretor ressalta que esses números revelam a importância da instituição para o mundo, “Hoje, 30 meses depois, superamos a marca de 3 milhões de visitantes, com uma média de mais de 1 milhão de visitantes/ano, uma média relevante em qualquer instituição do mundo. Os números compravam a notoriedade alcançada pelo Museu”, define.
Piquet reporta esse sucesso ao empenho de sua equipe de mais de 150 colaboradores que trabalham para manter a proposta do Museu do Amanhã. “Somos um museu de ciências aplicadas que explora as oportunidades e os desafios que a humanidade terá de enfrentar nas próximas décadas a partir das perspectivas da sustentabilidade e da convivência”, revela. A última pesquisa interna realizada constatou que 40% dos visitantes não são frequentadores habituais de museus e 15% nunca haviam visitado uma instituição cultural antes. A aprovação após a visita ao ‘Amanhã’ registrou 96% de aprovação. 80% relataram estar dispostos a mudar alguma coisa em seu estilo de vido, visando à preservação do planeta.
O diretor faz uma análise sobre a relevância dos museus. “Na história da humanidade os museus sempre desempenharam o papel estratégico de preservar e promover a divulgação científica, cultural e educativa, ajudando não apenas a complementar e expandir os horizontes da educação formal das nações, mas também ampliar o acervo de patrimônio cultural da humanidade, muito além das fronteiras geopolíticas”. Coloca ainda que com o tempo acumulam um protagonismo ainda maior ao estimular discussões, reunindo as sociedades em torno de temas relevantes como uma espécie de ágora moderna onde as pessoas se encontram, não apenas para contemplar, mas também refletir.
“No mundo todo é cada vez maior o número de instituições que não dependem necessariamente de expor coleções para serem consideradas 'museus', criando assim uma nova categoria moderna de museus, mas ainda com a mesma proposta de transmitir conhecimento e contribuir para a formação de percepções pelo contato com informações científicas organizadas em forma de narrativa”, afirma Piquet. E dentro desse contexto, o Museu do Amanhã foi pioneiro na construção de uma proposta museológica baseada essencialmente em fatos e evidências científicas organizadas. Promove a reflexão nas pessoas sobre um amanhã mais promissor, em especial nos temas que se referem à convivência e à sustentabilidade.
Buscar o respeito mútuo e um mundo melhor no futuro é tarefa de todos analisa Piquet. “Essa é a importância de espaços como o Museu do Amanhã e a enorme responsabilidade e orgulho de contribuir para um projeto de significado singular para a humanidade, a partir do Rio de Janeiro, na América do Sul, inspirando outras iniciativas pelo mundo afora com esse mesmo propósito, e projetando o Brasil a uma condição privilegiada entre os países capazes de promover Soft Power”.
“Neste momento conturbado de muita disputa e ódio entre extremos, num momento importante para o Brasil, esta é a nossa contribuição para a promoção da cultura e do conhecimento científico, como instrumentos fundamentais para o amanhã que desejamos”, conclui Piquet.
Reconhecimento merecido
Em 2016 o Museu do Amanhã teve diversos reconhecimentos internacionais, incluindo o “Oscar dos Museus”, prêmio britânico Leading Culture Destinations Awards 2016 – LCD Awards 2016, que elegeu a instituição carioca como o “Melhor Novo Museu do Ano” na categoria América do Sul e Central.
“Ao longo desses 30 meses recebemos diversos reconhecimentos internacionais, incluindo o LCD Awards 2016 e 2018, e ainda: International Design & Communication Awards (ID-CA), condecoração canadense que concedeu uma medalha de ouro e duas de bronze à instituição; MIPIM Awards 2017, na categoria “Construção Verde Mais Inovadora”; além de homenagem da Brazil Foundation pelos programas de acessibilidade e diversidade promovidos pelo Museu do Amanhã– como o Trans+Respeito”, contou orgulhoso Piquet.
O Museu do Amanhã, criado em 2015, se transformou em um dos símbolos da revitalização da Zona Portuária e oferece, em suas exposições, desperta uma análise sobre as possibilidades de transformar e moldar os próximos 50 anos. Sua proposta pioneira e visionária envolve temas sobre sustentabilidade e convivência, levando a uma análise a respeito de nossas ações em relação ao mundo e à sociedade.
O projeto arquitetônico do museu também se destaca por sua proposta de sustentabilidade. O arquiteto espanhol Santiago Calatrava, responsável pelo projeto, buscou evidenciar a preocupação necessária com o meio ambiente. Com energia sustentável o ‘Amanhã’ capta a luz do sol e transforma em energia buscando alertar seus visitantes da necessidade de termos uma consciência ecológica. Outro destaque está em sua arquitetura, que sugere formas da natureza viva tais como plantas e árvores.
Programação especial
Ainda no mês de outubro, o Museu do Amanhã apresenta uma nova atração da Exposição Principal ao público: “Baías de Todos Nós”. O totem interativo oferecerá ao visitante um conteúdo exclusivo sobre a Baía de Guanabara e seus futuros possíveis, e ainda cases de mais quatro baías – Sydney (Austrália), Tóquio (Japão), Chesapeake (Estados Unidos) e Jacarta (Indonésia), localizada, cada uma, em um continente diferente. A nova experiência abordará características e realidade de cada baía, aspectos de biodiversidade, economia, aquicultura, pesca, situação de saneamento e ações de despoluição adotadas por gestores de cada local.
Piquet destaca uma das exposições em cartaz até dezembro. “Inauguramos há algumas semanas uma nova exposição temporária: Ofisuka 2068 – Imaginando um Futuro do Trabalho. A mostra convida os visitantes a descobrir um futuro possível para a vida profissional 50 anos adiante”, explicou. Aborda sobre a estimativa de que provavelmente 65% das crianças que hoje estão na escola primária irão desempenhar atividades ainda não existentes. Na exposição, o visitante se depara com uma grande Ofisuka (palavra que significa escritório-casa em japonês), um ambiente versátil que mescla trabalho e convívio de forma colaborativa, que a curadoria da exposição acredita que será muito popular em 2068.
Também no mês de outubro, até dia 21, o Museu preparou uma programação exclusiva para o público mirim: “Crianças + Ciência = Amanhã”. As atividades incentivam os pequenos visitantes a colocarem a mão na massa para construírem seus próprios microscópios, luminárias de DNA, relógios de sol e câmeras pinhole. E ainda haverá exibição de filme, clubinho de leitura e entre outas atrações. Todas as atividades são gratuitas, com intérprete em LIBRAS.
Serviço:
Museu do Amanhã
Praça Mauá, 1 - Centro - Rio de Janeiro
(21) 3812-1880
https://twitter.com/museudoamanha | facebook.com/museudoamanha