A curadoria é do designer mineiro Fred Paulino,idealizador do conceito de Gambiologia ("ciência da gambiarra"). "Maquinações" reflete a criação e operação de máquinas por artistas inventores de engenhocas. São criadores que transformam seus ateliês em oficinas, suas oficinas em laboratórios, seus laboratórios em extensão do cotidiano. Olhando-se por outro ângulo, as traquitanas reunidas na mostra revivem um tempo que talentos como Leonardo Da Vinci trafegavam entre as Artes e as Ciências sem a menor inibição.
"Tenho interesse em investigar a relação dos artistas com a criação de aparatos técnicos, com uma proposta de arte eletrônica que tenha a marca do improviso, da precariedade, do despojamento e do reuso de materiais", explica o curador.
Na mostra, 13 artistas e coletivos brasileiros e estrangeiros apresentam seus trabalhos. A aposta é no analógico sobre o digital, no reúso em vez do consumo e em soluções e técnicas acessíveis, no lugar das complexidades contemporâneas, de acordo com Fred Paulino.
Exposição, gratuita, reúne 13 artistas e coletivos do Brasil e do exterior
Em tempos de Copa do Mundo, o time de artistas tem a marca da globalização.Veteranos suíços como Peter Fischli e David Weiss unem-se à mexicana Azucena Losana e o francês Zaven Paré, além das pratas da casa como Guto Lacaz e Abraham Palatnik, ao lado de brasileiros em ascensão como Paulo Nenflídio, Lina Lopes, Giovanna Casimiro, Milton Marques, Daniel Herthel, Sara Lana, Leandro Lima, Gisella Mota e Ganso.
Quem associa vanguarda e tecnologia de ponta antes de mais nada a computadores, tem que estar preparado para uma surpresa:
"Ousamos fazer uma exposição de arte e tecnologia que não conta com nenhum computador na galeria", avisa Fred Paulino. "Independente da mídia utilizada, me interessa uma arte que seja sensível, esteticamente propositiva e, mesmo assim, suscite questões políticas, tecnológicas e sociais", arremata.
"Mãos na massa"
O flerte com o movimento maker e com a cultura do brica-a-brac, da customização, do "faça você mesmo" está na raiz do Gambiologia. O projeto se desdobrou em duas edições da exposição. Gambiólogos - A gambiarra nos tempos do digital, em 2010 e uma Copa depois, em 2014. O movimento responde também pela edição da Facta - Revista de Gambiologia - sempre debatendo sobre arte e tecnologia, dialogando por uma espécie de estética do improviso.
MAPA DA MINA
Maquinações - Artistas, Máquinas e a invenção do cotidiano
Local: Centro Cultural Oi Futuro
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 - Nível 5
Flamengo
Rio de Janeiro
Até 5 de agosto
Terça a domingo, das 11 às 20 horas
Entrada Gratuita
Censura Livre
Agendamento de visitas para escolas e grupos:
programaeducativo.oifuturo@ gmail.com