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Gorbachev adverte Trump contra a retirada do tratado de mísseis com a Rússia

O ex-líder soviético disse que a medida poderia ter consequências não intencionais.

Por Kaio Serra em 22/10/2018 às 17:24:12

Gorbachev alertou Trump contra a retirada de um tratado de armas da época da Guerra Fria.

Mikhail Gorbachev, o ex-líder soviético que pôs fim à União Soviética, alertou, no domingo (21), o presidente americano, Donald Trump, em caso de abandono de um tratado de armas da época da Guerra Fria, dizendo que a medida poderia ter consequências não intencionais.

O Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário de 1987 foi negociado por Gorbachev e Ronald Reagan para eliminar todos os mísseis nucleares e convencionais baseados em terra, com alcance entre 500 e 5.470 km.

Os EUA acusaram repetidamente a Rússia de violar seus termos. Ambos os lados insinuaram uma retaliação militar em uma disputa que ameaça retornar aos dias mais sombrios da Guerra Fria.

"Sob nenhuma circunstância devemos romper com antigos acordos de desarmamento. Eles (Washington) realmente não entendem o que isso poderia levar?", disse Mikhail Gorbachev em entrevista à Interfax News Agency.

Um porta-voz do Kremlin disse que presidente russo, Vladimir Putin, buscará respostas dos EUA sobre a retirada, durante o encontro com John Bolton, conselheiro de segurança nacional de Trump.

Acredita-se que as negociações estejam preparando o terreno para uma segunda cúpula de Trump-Putin.

A inteligência americana acredita que Moscou tem implantado um sistema de lançamento terrestre, o que permitiria um ataque nuclear na Europa a curto prazo. A Rússia sempre negou qualquer violação desse tipo.

Sergei Ryabkov, vice-chanceler russo, disse que uma retirada unilateral dos EUA seria "muito perigosa" e levaria a uma retaliação "técnico-militar".

"Isso causaria a mais séria condenação de todos os membros da comunidade internacional que estão comprometidos com a segurança e a estabilidade", disse ele à agência de notícias estatal russa Tass.

Na semana passada, Kay Bailey Hutchison, embaixadora dos EUA na Otan, ameaçou a ação militar contra quaisquer mísseis que violassem o acordo.

"As contramedidas seriam tirar os mísseis que estão em desenvolvimento pela Rússia, violando o tratado", disse ela.

Os EUA temem que o tratado também o deixe em desvantagem contra a China, que não faz parte do acordo.

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