Nave espacial britânica decola em missão para Mercúrio

Uma espaçonave britânica, equipada com "motores de impulso" ao estilo de Jornada nas Estrelas, está a caminho de Mercúrio, o planeta mais próximo do sol. O Bepi Colombo foi lançado ao espaço a partir do porto espacial europeu em Kourou, na Guiana Francesa, neste sábado (20). A nave foi transportada no topo do Ariane 5, o foguete mais poderoso da Agência Espacial Europeia (ESA).

Depois de uma contagem regressiva tensa em francês, o foguete subiu lentamente acima de uma bola de chamas alaranjadas e trovejou no céu antes de desaparecer na nuvem. Agora começa uma jornada complexa de mais de 8 bilhões de quilômetros, que serão percorridos em 7 anos.

Após o lançamento, a nave fará uma volta de impulso pela Terra, e será arremessada para Vênus. Em 2025, colocará duas sondas, uma europeia e outra japonesa, em órbita ao redor de Mercúrio, o planeta menos explorado do sistema solar.

Logo após o lançamento, o professor Gunther Hasinger, diretor de ciência da ESA, disse: "Isto é verdadeiramente de tirar o fôlego. Hoje temos história escrita".

Os cientistas esperam que a missão de mais de 6,7 bilhões de dólares desvende alguns dos muitos mistérios de Mercúrio, como a razão de seu enorme núcleo de ferro, seus espetaculares respiradouros vulcânicos e indícios tentadores de água gelada em partes sombrias do planeta escaldante.

As respostas que eles receberão lançarão nova luz sobre as origens e a evolução do sistema solar.

Uma característica fundamental do Bepi Colombo é que é a primeira missão interplanetária a empregar tecnologia avançada de propulsão elétrica de íons.Os "motores de impulso" do estilo Star Trek, dois disparando ao mesmo tempo, emitem feixes de gás xenônio eletricamente carregados ou "ionizados".

Eles serão usados não para acelerar a nave, mas para agir como um freio contra a enorme gravidade do sol.

A nave voará por 7 km por segundo, pode atingir uma velocidade máxima de 60 km por segundo. Um dos maiores desafios para os planejadores de missão era garantir que a espaçonave pudesse suportar temperaturas acima de 400ºC, por passar próximo ao Sol.