Briga política entre famosos vem a público

As eleições de 2018 ficarão marcadas pelos desentendimentos entre familiares e amigos. No público ou no privado, está cada vez mais comum ver as brigas por conta dos candidatos à presidência do Brasil. Tanto antes do primeiro turno quanto do segundo, estão freqüentes as discussões entre pessoas comuns e também entre famosos.

Na madrugada deste domingo (21), o irmão do ator Bruno Gagliasso, Thiago Gagliasso, postou no Instagram uma mensagem que recebeu pelo Whatsapp da cunhada Giovanna Ewbank. No post, que já teve mais de 130 mil curtidas e mais de 43 mil comentários, ficou claro que a divergência aconteceu por posicionamento político. Thiago Gagliasso adere ao #EleSim e o casal ao #EleNão.

Post do Thiago no Instagram. Foto: Reprodução

A conversa aconteceu no dia 8 de outubro, mas só agora foi publicada. Giovanna e Bruno não se manifestaram publicamente sobre o fato. Nesta segunda-feira (22), Thiago escreveu em seu Instagram a legenda: "A PAZ de quem escreveu uma peça... e fez acontecer sem precisar da tal da Lei...! Obrigado as empresas que me apoiaram! Partiu SP?"

No dia 11 de outubro, Thiago postou uma foto com o irmão e a legenda: "Democracia se começa dentro de casa, ele pensa de uma forma, eu penso de outra, ele gosta de um estilo musical eu gosto de outro, ele gosta de um tipo de roupa eu gosto de outro! A gente se respeita, se ama e eu o admiro. Talvez ele não concorde com algumas atitudes minhas e eu com algumas dele! Mas sempre esteve ali pra estender a mão quando precisei, e certamente é recíproco e isso sim serve de exemplo! Ontem, estivemos juntos e pudemos nos abraçar. Levar meu filho para dar um beijo nele e ficarmos em harmonia! Que isso possa servir de exemplo, opinião cada um terá a sua, agora respeito todos terão que ter pelo próximo!"

Recentemente, a atriz Regina Duarte também foi alvo de criticas por ter manifestado seu apoio ao candidato Jair Bolsonaro. Atores que apóiam o candidato Fernando Haddad também têm sofrido criticas dos fãs. O cantor Roger Waters, fundador do Pink Floyd, foi vaiado durante show em São Paulo, no dia 10 de outubro, após colocar no telão críticas a Bolsonaro. Nas ruas, eleitores de ambos os lados estão sendo agredidos.
 
Caminhos para a reconciliação
 
 Irmãos Gagliasso em crise familiar. Foto: "Reprodução"

"A saúde mental das pessoas está fora do eixo, e o ambiente está propício para essa guerra emocional. A população vem numa constante situação de insatisfação, medo e insegurança. Neste atual contexto, as pessoas estão irritadas e saturadas. Já não lidam bem com as diferenças. É um terreno fértil para explodir a qualquer momento. Muitas feridas emocionais estão sendo abertas a partir desse cenário político. Tenho exemplos de consultório e de pessoas que convivem comigo. Acredito que esse comportamento pega carona em questões internas também. Tem pessoas que são viciadas em discussões", avaliou a psicoterapeuta Vannessa Resende.

Segundo Vannessa, a insatisfação das pessoas nessa questão política se mistura com as suas próprias problemáticas. "Se já existe alguma questão mal resolvida na família, a divergência política vai ser o estopim para desencadear sentimentos de forma quase que desenfreada".

Diante desse cenário de discussões agressivas, ofensivas e rompimentos, em público, de amizades antigas e de relações familiares, a psicoterapeuta ensina que o desafio é abrir caminhos para retomar as amizades e refazer os laços familiares rompidos. "Para recuperar uma ruptura será necessário paciência. Esperar a poeira baixar. Não adianta forçar um retorno sem processar, entender, tomar consciência que a situação política foi apenas um gatilho de alguma coisa que já estava guardada dentro da pessoa", disse.

Para ela, uma pessoa que saiu de um grupo familiar ou de amigos precisa refletir sobre o motivo dessa atitude que pode misturar infantilidade e intolerância. "É saudável refletir e buscar cura também. Não entrar mais em contato é adoecer, porque fermentar isso dentro de si é um veneno", ensinou.

Para quem sofreu ao ler a mensagem "irmã saiu do grupo da família", o remédio da psicoterapeuta é perdoar. "Quem ficou triste com essa situação não deve levar para o lado pessoal e precisa ficar bem. Às vezes, o outro joga em nós algo que ele não tem controle e que não tem a ver conosco. Para evitar discussões políticas mudar de assunto é uma ótima opção, mas tem muita gente que não consegue porque são reativas, é mais forte do que elas", finalizou.