A expressão EMPREENDEDORISMO teve origem em 1942, a partir da publicação do livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, de autoria do economista austríaco Joseph A. Schumpeter. Ele considerava que a essência do Capitalismo era um processo denominado de “destruição criativa”, ou seja, a substituição de velhos produtos, práticas ou empresas por inovações do mercado. Para o autor, o empreendedor era o agente responsável por este processo. “Ser empreendedor é trabalhar com inovação. Quando me perguntam se estamos no momento ideal para isso, eu sempre digo que para a inovação, uma crise não é fator limitante. É evidente que o que passamos nesses últimos dois anos foi e ainda é um grande desafio, mas diversas pessoas empreenderam e inovaram com sucesso neste período”, afirma o Professor Carlos Titton, Especialista em Gestão de Negócios, Mestre em Inovação e Doutorando em Liderança na Era Digital. O executivo possui mais de 30 anos de experiência profissional em grandes empresas do mercado e, atualmente, é consultor, palestrante e facilitador em treinamentos, além de professor de MBA e pós-graduação em instituições de primeira linha.
Carlos Titton: "crise não é fator limitante"
O fato é que, ainda que existam boas iniciativas neste sentido, o Brasil ainda é considerado um país de informais e “eupreendedores”, por isso o especialista ressalta alguns pontos aos quais as pessoas que desejam abrir um novo negócio devem ficar atentas antes de começar este processo. “Definitivamente, empreender no Brasil é um desafio bem maior do que em países desenvolvidos e mesmo com as iniciativas do Governo para tentar facilitar a vida do pequeno empresário, o acesso ao crédito, por exemplo, ainda é um fator muito limitante. A boa notícia é que existem muitas oportunidades nessa fase de mudanças tão intensas que estamos vivendo”, explica Titton.
O especialista considera fundamental para o novo empreendedor prestar atenção em quatro eixos que são fundamentais para um novo negócio:
Financeiro
• Separe as suas contas pessoais das contas da empresa.
• Procure um banco digital para fugir das altas tarifas bancárias dos bancos convencionais.
• Tenha uma previsão de capital de giro para o seu negócio.
• Procure financiar a empresa com capital próprio e se isso não for possível, busque um financiamento adequado e compreenda bem as taxas e o prazo.
• Se financiar com capital próprio, considere o custo financeiro.
Mercado
• Tenha muito clara a sua proposta de valor.
• Identifique seus clientes potenciais e vá expandindo devagar.
• Conheça bem os seus concorrentes.
• Procure inovar.
• Lembre-se de que você está na Era Digital.
• Tenha clareza, e não precificação.
Estrutura
• Não exagere, pois estamos na “terra da incerteza”.
• Tenha bons fornecedores e parceiros.
• Busque prazo de pagamento para ajudar no fluxo de caixa.
Estratégia
• Comece por um bom plano estratégico.
• Se puder, conte com a experiência de outros profissionais ou consultores pois, assim, o caminho de aprendizado fica mais curto.
• Considere a inovação como algo muito relevante no seu plano.
Como saber vender e se diferenciar
Não existe um passo a passo infalível para vender e se diferenciar no mercado e nem uma receita para o sucesso. Por outro lado, Titton garante que, nos dias de hoje, o sucesso passa obrigatoriamente pela inovação. “Empreender hoje significa inovar. Estamos na Era Digital e todo negócio deve considerar os meios digitais”, lembra o especialista. Para ele, a clareza de qual problema um novo produto ou serviço resolve é um ponto muito relevante para quem quer ter sucesso empreendendo. Devido à transformação digital, vivemos um tempo de experiências dos clientes, e quanto melhor ela for, mais chance de um novo negócio se destacar no mercado. “Imagine, por exemplo, andar pela rua e ter seu celular em carregamento sem cabo, simplesmente caminhando. Parece algo distante de acontecer, mas já existe uma startup do interior de São Paulo desenvolvendo um dispositivo que capta energia excedente de antenas e transmissores e permite que isso aconteça. Imagine negócios como o Airbnb, que oferece hospedagens sem ter um único imóvel em nome da empresa, ou o Uber, que tem a maior frota de transporte sem ter um veículo em seu nome e a maior plataforma de conteúdo do mundo, o Facebook, que não cria conteúdo. Novamente, caímos no contexto da inovação. A nova evolução da Internet e o Metaverso trarão incontáveis oportunidades e o empreendedor que estiver atento a isso sairá na frente”, finaliza Titton.