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Memorial a congolês Moïse e à cultura africana será construído em quiosques da Barra

Iniciativa visa promover a integração social e econômica de refugiados africanos

Por Anderson Madeira em 05/02/2022 às 19:49:39

Foto: Divulgação

A Prefeitura anunciou neste sábado (5) que vai transformar os quiosques Biruta e Tropicália, na Barra da Tijuca, em um memorial em homenagem à cultura congolesa e africana, além do congolês Moïse Kabagambe, morto a pauladas no último dia 24. A Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento é responsável pela gestão do contrato de concessão de quiosques da orla do Rio. A iniciativa visa promover a integração social e econômica de refugiados africanos e reafirmar o compromisso da cidade com a promoção de oportunidades para todos. A ação será realizada em parceria com a Orla Rio, concessionária que opera os estabelecimentos.

"O que aconteceu foi algo brutal, inaceitável e que não é da natureza do Rio. É nosso dever ser uma cidade antirracista, acolhedora e comprometida com a justiça social”, disse o secretário Pedro Paulo. “A transformação do local busca ser uma reparação à família, uma oportunidade de inserção socioeconômica de refugiados, além de um ponto de transmissão da cultura africana. E um memorial em homenagem a Moïse Kabagambe representará naquele espaço público uma lembrança para que não seja fácil esquecer e que jamais se repita a barbárie que o vitimou”.

O secretário acrescenta que a gestão de um dos dois quiosques será oferecida aos familiares de Moïse. Já as oportunidades de emprego ligadas aos dois quiosques deverão, também, ser oferecidas a refugiados africanos residentes no Rio. Além disso, em parceria com o Sesc/Senac e com organizações sociais, a Prefeitura e Orla Rio vão criar um programa de treinamento e capacitação para esses imigrantes atuarem no setor de alimentação.

As mudanças previstas incluem uma reformulação da arquitetura dos quiosques para que eles se transformem em um espaço de celebração da cultura do povo africano, tendo ali um ponto de referência com comida típica, música e artesanato.

Tanto a concepção quanto a execução do projeto, que inclui um memorial a Moïse, serão realizadas por profissionais negros e com foco na promoção e celebração da cultura africana. O espaço também poderá ser utilizado para exposição de arte e apresentações musicais típicas, além da realização de feiras de artesanato.

Ontem, sexta-feira (5), o Grupo Tortura Nunca Mais RJ apresentou ao Instituto Niemeyer o desenho de um monumento contra o racismo a ser instalado onde está o quiosque Tropicália. Sobre a iniciativa, o presidente do Instituto, o arquiteto Paulo Niemeyer, neto de Oscar Niemeyer, disse: “Temos o projeto e todas as condições de realizar e construir”.

Na manhã deste sábado (5), entidades do movimento negro e parentes de Moïse promoveram um ato de protesto contra o assassinato do congolês. Logo depois houve uma passeata pela orla da Barra da Tijuca.


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