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As idas e vindas de Paulo Messina

Vereador-Secretário (ou Secretário-Vereador?) tem sido a carta coringa de Crivella

Por Rafael Brito em 27/06/2018 às 12:42:29

Reprodução DOM

Depois da modalidade “toma lá, da cá” que todo mundo já ouviu falar na política brasileira, a manobrinha carioca em alta é o “vai lá, volta cá”.  Em 16 de janeiro deste ano o até então líder de governo na Câmara dos Vereadores, Paulo Messina (PROS), foi nomeado pelo Prefeito Marcelo Crivella, Secretário da Casa Civil, cargo estratégico do município.

Tão estratégico que, na última semana, vindo à pauta a votação Projeto de Lei Complementar nº 59/2018, de autoria do Poder Executivo, que trata a reforma da previdência do município do Rio de Janeiro ,  o secretário foi exonerado no dia 19 para estar no plenário reforçando o quórum de vereadores que votariam a favor do PL na quarta-feira, 20. Messina sequer conseguiu falar na sessão (vaiado por servidores que ocupavam as galerias da Câmara) mas, ao final, seu voto estava lá, computado com o de outros 27 colegas: por 28 a 20, o PL 59 passava para a segunda discussão.


Naquela quarta-feira Messina dormiu vereador e acordou Secretário da Casa Civil no dia 21. É claro que tudo isso se dá em atos oficiais, com as devidas publicações no Diário Oficial do Município. Ontem, 26, aconteceu a segunda discussão do projeto de lei e adivinha? Lá estava o secretário que acordou vereador nesta terça para dar aquela forcinha ao prefeito. Não tenha dúvida, porém, que hoje ele não estará no plenário da Câmara e, por esta hora, já ocupa o gabinete da sua estratégica pasta.

Dez minutos de “Ih, fora!”

Na semana passada, no único momento em que Paulo Messina subiu à tribuna para discursar, não conseguiu. Os servidores que acompanhavam a votação do PL 59/2018 viraram as costas para o vereador e, com braços em movimento apontando para a porta, gritaram intensamente, por 10 minutos, “Ih, fora!” e “Esta casa é nossa!”.

Ontem, 26, o ato se repetiu. Porém, diante da galeria mais vazia e ciente de que deveria fazer valer sua ida àquela Casa, mesmo debaixo de vaias, Messina discursou: “essa é a democracia dos sindicatos, principalmente do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação). Eles estão aqui defendendo altos salários da prefeitura  e nós votando para acabar com o privilégio de 8.700 servidores que recebem esses altos salários”. Ironizando um servidor que trazia em seu peito um adesivo “Lula Livre”, o coringa de Crivella desce da tribuna após mandar beijos ao manifestante da galeria.


Reprodução: TV Câmara

Com um cartaz em mãos de uma campanha pró-PL 59/2018, em que fotos de líderes sindicais estão expostas sob o título “Estes diretores de sindicatos são contra a taxação de servidores aposentados com altos salários”, o vereador Renato Cinco (PSOL) desafiou os colegas: “se R$ 6 mil reais é alto salário, eu desafio nós vereadores baixarmos o nosso para esse valor, porque, então,  o nosso salário de R$ 19 mil é imoral”. Na primeira discussão da pauta (dia 20), o vereador e ex-prefeito da cidade por três vezes, César Maia (DEM), abriu os trabalhos analisando os projetos polêmicos de Crivella: “ja vi governos e iniciativas que afetaram a nossa cidade e à administração pública, mas igual a atual gestão, francamente, nunca vi". Nesta terça-feira, já se prevendo a vitória da reforma da previdência municipal, Reimont (PT), alertou em uma das suas falas: “hoje estamos confirmando o que o Crivella disse quando tomou posse - ‘eu tenho essa câmara nas minhas mãos’ - com toda desgovernabilidade”.


Procurada para comentar as críticas da manobra política,  a assessoria do Secretário da Casa Civil, Paulo Messina, não respondeu ao “Eu, Rio!”

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