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Escultor francês passeia com esqueleto pelas ruas do Rio

Jean-Marc Laroche tem chamado a atenção passeando com sua "passageira" inusitada

Por Moura Júnior em 17/02/2022 às 15:56:51

Imagem: Minduim

Até o final de março deste ano, os cariocas poderão cruzar com uma figura inusitada nas ruas do Rio. Isso porque, o escultor francês Jean-Marc Laroche tem exibido sua arte passeando de bicicleta pelas vias com um esqueleto enganchado em sua cintura. Na verdade, o esqueleto é uma obra de arte, que ele criou em 2015 e batizou como “A passageira”.

Durante todo o verão, Jean-Marc e sua passageira poderão ser vistos pedalando pelos mais diversos pontos da cidade maravilhosa. Para saber por onde ele vai passear com sua ilustre carona, é só ficar ligado no perfil dele no Instagram: @jmlarochesculpteur.

Imagem: Minduim

Vale ressaltar que Laroche é casado com uma brasileira e passa metade do ano em seu apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro. O artista falou sobre a aventura original e o que ela gera nas pessoas ao redor do mundo.

“Minha companheira de passeios faz sucesso por onde passa e provoca simpatia geral: jovens, velhos, crianças, ricos, pessoas em situação de. Ela gera muita alegria para todo mundo, sem diferença de classe ou idade. No outro dia mesmo, passei por um morador de rua, ele estava meio triste, mas, quando viu ‘A Passageira’, de repente deu gargalhadas sem parar. Achei ótimo!”, comentou o escultor.

“A Passageira” é feita de resina, mas o escultor conta que o realismo dos ossos já confundiu muita gente. Os olhos são de pedras brasileiras, cristal de quartz de Minas Gerais. O capacete é de cobre. Ela calça umas sandálias com saltos de 15 centímetros, usa batom vermelho e óculos Alain Mikli. Além disso, Laroche conta que ela é parisiense, chique, sexy e elegante.

Em Paris, criador e criatura circulam pela cidade de moto. Lá, a obra já é muito popular. Tanto, que um vídeo postafo por Laroche? atingiu 250 milhões de visualizações no Instagram e no Tik Tok. No Rio de Janeiro, “A Passageira” é mais preocupada com o meio ambiente e só anda de bike. Ainda segundo ele, o lugar preferido é a orla, mas ela também já encantou por Madureira.

Laroche lembra de algumas frases que já ouviu pelas ruas cariocas como “o cara não larga a esposa nem depois de morta”, “coitada, a esposa pegou covid”, “tão linda de batom e sapatinho, Perfeita!”.

"Parioca" fascinado por caveiras

Foi no ano de 1986 que Jean-Marc Laroche visitou o Brasil pela primeira vez. Ele chegou aqui atraído pela música e desejando conhecer o país da bossa nova, berço da música de Vinicius de Moraes e Gilberto Gil. Na época, Laroche tinha apenas 27 anos e se apaixonou pelo país. Ele também se dedicou a aprender a língua e, em quase um ano, já conseguia falar quase que fluentemente o português.

Imagem: Minduim

Em 1987, conheceu a esposa Vilma, que é carioca. Desde então, passa quase a metade de cada ano no Rio.

”Sou um ‘parioca’ de coração brasileiro”, brincou o escultor, se referindo ao fato de dividir sua paixão pelo Rio com Paris.

No mesmo ano em que conheceu sua mulher, Laroche começou a carreira de escultor e acabou ficando famoso pelas facas artísticas que criou durante dez anos. Em seguida, passou a criar mais estátuas, assim como mecanismos e sistemas. Ao longo da sua trajetória, realizou exposições na Europa e Estados Unidos.

Entre os seus fãs famosos estão nomes como o do premiado cineasta mexicano Guillhermo Del Toro. Para o diretor de “O labirinto do fauno” e “A forma da água”, o trabalho de Laroche é uma síntese única e poderosa de vida, morte e poder bruto.

Já fascínio do artista francês por caveiras vem da infância. Foi neste período da sua vida que quando ficou impressionado com a múmia Rascar Capac, capa de uma das aventuras do herói Tintim, escritas por Hergé.

“A minha ideia é valorizar a vida por meio da representação da morte. As pessoas ficam rindo quando a veem — no mundo de hoje, precisamos de um pouco de maluquice para aliviar. Então faço por isso, além de divulgar meu trabalho”, concluiu Jean-Marc.

Várias obras de Laroche também podem ser vistas em Recife, no Instituto Ricardo Brennand, classificado pelo Trip Advisor como o ponto cultural número um de toda a América do Sul.




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