Além da fama, o que têm em comum as atrizes Ashley Tisdale e Scarlett Johansson, as modelos Chrissy Teigen e Mônica Benini, a empresária Victoria Beckham, a biomédica e influencer Carolina Almeida e a ex-BBB e life coach Mayra Cardi, esposa do atual "brother" Arthur Aguiar? Todas realizaram o explante mamário, cirurgia em que o implante de silicone é retirado por meio da mesma incisão realizada para sua colocação.
Embora segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica a colocação de próteses de silicone nos seios ainda seja o procedimento do gênero mais realizado no Brasil, com uma leve queda de 22,5% em 2014 para 18,8% do total em 2018, nos consultórios a busca pelo explante cresce.
“Geralmente as pacientes não desejam mais manter o implante mamário por várias questões pessoais, seja por desejar um volume menor ou mais natural, pela aparência estética como um todo, que já não agrada, ou mesmo pela mudança de crenças e valores, um pouco em linha com os movimentos da sociedade, que hoje busca ressaltar a beleza natural, sem exageros”, destaca o cirurgião plástico Leandro Faustino.
O especialista alerta, contudo, que há casos em que o explante é indicado por razões médicas. “Hoje em dia existem duas categorias de doenças que podem estar relacionadas aos implantes, ambas descobertas há menos de 10 anos e que ainda estão sendo mais estudadas”, explica. “Uma delas é o linfoma – tipo de câncer – associado aos implantes mamários e a outra é a chamada ASIA, síndrome causada por elementos externos e que estimulam os anticorpos dos pacientes geneticamente propensos a doenças autoimunes a atacar seu próprio organismo”, enumera Faustino. “Mas esta última ainda não é um consenso entre os profissionais de cirurgia plástica, já que pode ser também desencadeada por outros fatores externos que não a prótese”, completa, acrescentando que os sintomas podem incluir cansaço e dores musculares.
Problemas específicos nos implantes de silicone, muitas vezes, também levam à recomendação do explante. “Um deles é a contratura capsular, que é uma cicatriz exacerbada que acontece ao redor do implante e aparece normalmente depois de 10 a 15 anos em cerca de 5 a 10% das pacientes”, revela Faustino. “É dolorosa e pode gerar deformidades estéticas na mama em raros casos, mas é preciso avaliar bem, nem toda contratura capsular exige o explante”, pontua. “A segunda questão são as ondulações da prótese, o que pode acontecer também depois de 10 a 15 anos e prejudicar a aparência estética, sendo necessário retirar ou substituir o implante”.
De acordo com o cirurgião plástico, não há limite de idade para realizar o explante e os riscos são os mesmos de qualquer intervenção cirúrgica, em geral, relacionados à infecção ou reação à anestesia. É preciso ainda colocar drenos para evitar que se acumule líquidos na região onde a prótese costumava ficar até que cicatrize completamente. “O pós operatório tem a duração de mais ou menos sete a 14 dias, esse é o tempo de recuperação, quando se recomenda o repouso relativo, cuidado com os drenos e uso de malhas elásticas”, diz.
Faustino acrescenta que sempre orienta suas pacientes sobre um efeito posterior do explante, que é a flacidez residual. “Quando você remove a prótese, pode haver uma sobra de pele na mama, que antes estava adequada ao tamanho do implante”, destaca. “Essa sobra pode ser esteticamente pior do que a presença do implante, então, isso tem que ser bem avaliado pelo médico, pois é possível já corrigir isso logo após o explante, no mesmo procedimento”, finaliza.