O orçamento do município do Rio de Janeiro para 2019 será votado nesta quarta-feira, 31, a partir das 16h, no Plenário da Câmara Municipal, na Cinelândia. O Projeto de Lei no 999/2018, que estima a receita e fixa a despesa da prefeitura, prevê a arrecadação de 30.632.372.919 e reduz a verba para a Saúde. Nesta terça, 30, em primeira votação, o projeto recebeu parecer favorável. "Nós precisamos dizer não a esse corte no orçamento da saúde. Se há irresponsabilidade da Prefeitura não pode existir irresponsabilidade da Câmara, nós somos os representantes do povo para fiscalizar o Poder Executivo", afirmou o vereador Reimont.
Segundo ele, a situação da saúde na cidade do Rio já está precária e vai piorar ainda mais com esse corte. "Os funcionários do Hospital de Acari estão trabalhando sem receber. Esses profissionais estão à míngua. Os vereadores dessa casa precisam ter clareza que esse corte no orçamento é inaceitável, é um desrespeito com a população e com os servidores da saúde. Uma clínica da família na Tijuca, por exemplo, que atende 4 mil usuários pode passar a atender 14 mil usuários, sem aumentar a equipe. É inadmissível. O sangue vai correr nas nossas mãos, vai recair sobre os nossos ombros a culpa pelos óbitos, pelos infartos, pelo aumento da tuberculose e pelo adoecimento das pessoas", alertou.
Sobre a denúncia, o vereador Jairinho, líder do governo na Câmara, discordou. "Esses mais de 700 milhões nunca existiram. Esse corte é uma fake news", pontuou.
O vereador Paulo Pinheiro reforçou a existência do corte na saúde e disse que será extremamente danoso. Ele também destacou que os profissionais de saúde já estão sobrecarregados.
"Comparamos os orçamentos de 2017, 2018 e 2019 e vimos que estão sendo retirados 725 milhões. É uma economia porca, vivendo uma situação crítica. É um crime o que está sendo praticado no Rio e quem concordar com isso vai pagar caro politicamente", alertou o vereador Paulo Pinheiro.
O plenário é aberto ao público e a população tem acesso livre para participar das sessões. O endereço do Palácio Pedro Ernesto é Praça Floriano, s/nº.
Quórum insuficiente para aprovar projetos
Uma hora após o início das votações desta terça-feira, o vereador Fernando William pediu para verificar o quorum e reclamou que em nenhum dia os vereadores ficam até as 18h para a votação dos projetos. Na contagem feita um pouco antes das 17h, dos 51 existentes só estavam na sala 18 vereadores.
O vice-governador eleito, vereador Cláudio Castro, esteve presente na sessão e avaliou o resultado das eleições neste domingo, 28, como sendo um aviso da população que não aceita mais a corrupção.
"Foi uma eleição altamente pedagógica que reescreveu os livros da política. Precisamos nos perguntar até que ponto representamos a população. Até que ponto a classe política está agindo pelo interesse das pessoas. Cada um hoje tem que olhar para dentro e fazer essa pergunta. A população do Rio deu um recado para os políticos, ou nós entendemos que temos que ouvir a voz da população e agimos de acordo com o interesse da sociedade, ou seremos retirados da política. Recebemos um claro recado e cabe a nós voltar os olhos e ouvidos para essa população tão sofrida, que precisa tanto do nosso trabalho e que muitas vezes não se sente representada por nós", motivou Cláudio.