O público que quiser ver exposições que abordem os 100 anos da Semana de Arte Moderna terá a oportunidade de presenciar a partir desta quinta-feira (24), no Centro Cultural Correios, no Centro do Rio, a exposição "Duda Oliveira", da artista plástica homônima. São seis esculturas de grande porte (três metros), produzidas para a Mostra Semana de Arte de 22, onde apresenta os padrões de escolhas que representam as fases de composição e de decomposição do orgânico.
Com curadoria de Edson Cardoso, a artista quer homenagear o papel da mulher no centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, visto que uma crítica de Monteiro Lobato, então colunista do jornal O Estado de São Paulo, à arte de Anita Malfatti, tornou-a um expoente da maior revolução da arte nacional. Com suas obras desprendidas de conceitos acadêmicos clássicos das Belas Artes, chocou a elite cultural brasileira, desafiou os novos tempos, flertou com a ruptura de valores culturais e morais e deu à mulher o poder de transformação no cenário social e cultural urbano, juntamente com todos demais participantes da Semana de Arte Moderna de 22.
Consciente de sua responsabilidade ambiental, a artista utiliza sempre materiais reciclados ou recicláveis, o que aponta como valor agregado a sua arte. Além disso, as marcas do tempo são imprescindíveis em seus trabalhos. Suas obras sempre possuem estrias, priorizando o desgaste, numa busca intensa em explorar todas as fases de recrudescimento do material que está sendo trabalhado. A exposição quer mostrar que a imagem da mulher também se transformou, sob a inspiração de novos modelos estéticos.
“Assim como o metal, o tempo transforma o que sou, indexando a duração e a forma que me comporto com o meu invólucro. É a partir dessa compreensão que eu consigo entender o simples, o que não depende de mim, a inexorável transformação das coisas”, explica Duda.
Um carioca entre os paulistas na Semana de 22
Quando se fala na Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, o pensamento inicial que se tem é da cidade de São Paulo como a sede de um movimento cultural que desejava romper com a influência europeia nas artes brasileiras e, ao mesmo tempo, criar uma identidade nacional em várias áreas, como na música e na cultura.
O pensamento faz todo o sentido quando se sabe que o Teatro Municipal da capital paulista foi a sede dessa reconhecida manifestação cultural. Muitos dos artistas participantes queriam romper com o que consideravam um conservadorismo nas artes fruto da Belle Époque, presente fortemente, sobretudo, nos traços arquitetônicos de diversos prédios da cidade do Rio de Janeiro, então capital federal.
Dois nomes se destacaram na Semana de 22, os dos escritores Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Embora os dois tivessem o mesmo sobrenome, eles não eram irmão. E, curiosamente, coube a um carioca encabeçar a parte musical do movimento.. Duda Oliveira também consegue, 100 anos depois, ser um divisor de águas na cultura brasileira com suas obras em grande escala.
O pianista e maestro Heitor Villa-Lobos apresentou ao público uma série de composições criadas justamente para o evento com o intuito de criar uma identidade nacional na música. E embora ele tenha se aliado ao movimento paulistano, ele era nascido e criado no Rio de Janeiro, local onde também viveu até seu falecimento, em 1959.
Serviço
Exposição : "Universo Construtivo" na Semana de Arte de 22
Artista: Duda Oliveira
Instagram: @dudaoliveira
Curadoria: Edson Cardoso
Produção cultural: Edson Cardoso e Cota Azevedo
Assessoria de Imprensa Duda Oliveira: Paula Ramagem
Instagram: @_paula_r_soares
Local: Centro Cultural Correios Rio de Janeiro
Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro - RJ
Visitação: de 24 de fevereiro a 03 de abril de 2022
Dias e horários: terça a sábado, das 12h às 19h
Censura livre
Gratuito
Acessibilidade
Uso de máscaras e comprovante de vacinação são obrigatórios.
Assessoria de Imprensa:
Paula Ramagem
(21) 99506-7999