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Autor de crônicas sobre o Flamengo em coletânea, escritor lança seu primeiro livrorreportagem em 2022. Foto: ESPM/Divulgação
O Rio de Janeiro pode até ter sido palco de dois carnavais, e para o folião carioca em 1912 parece que estava tudo bem, diferente de 110 anos depois: pelo menos de hoje (25) até a próxima Quarta-feira de Cinzas (2/3), há blocos se organizando extraoficialmente para desfilar em diferentes pontos da cidade, pretendendo repetir a dose daqui a dois meses, no mesmo fim de semana da Alvorada de São Jorge. Pela segunda vez na história do Rio, a festa foi incluída em abril.
O problema, além do adiamento neste ano, foi ter ficado sem festa em 2021. Ainda assim, é em meio às indefinições da covid-19 que o jornalista David Butter, vasta experiência no telejornalismo e jornalismo digital com mestrado em religião na contemporaneidade, está lançando "De Sonho e de Desgraça" (Mórula Editorial, 2022): para rememorar o tempo de outra pandemia - a de gripe espanhola - e saudar "outros carnavais". Melhor, outro carnaval, o de 1919.
Para ele, que estreia como autor de livros-reportagem, a principal lição da pesquisa e da escrita da obra foi a "capacidade de retrabalhar as chagas de uma tragédia em arte, no contexto de uma festa". Confira abaixo na íntegra a entrevista exclusiva que o Portal Eu, Rio! fez com o escritor. E, claro, feliz carnaval.
O que o motivou a escrever sobre certo carnaval que ocorreu há um século? O livro foi pensado antes da pandemia ou a partir dela?
Uns dois anos antes do centenário da Gripe Espanhola, em 2018, eu havia desenvolvido projeto de documentário sobre a passagem daquela pandemia pelo Rio de Janeiro, em 1918. A ideia inicial era contar a história daquele flagelo a partir das memórias dos contemporâneos. Na busca de material para esse projeto, topei com a história do Carnaval de 1919 e de figuras como o Lord Jamanta, um folião famoso do início do século, que havia desempenhado um papel heróico na pandemia. Passada a janela para fazer o projeto vingar, engavetei a ideia. Em fevereiro de 2020, com a iminência da chegada do Covid-19 ao Brasil, eu revisitei aquela pesquisa, provocado pela pergunta de um amigo: "Qual é seu enredo dos sonhos?". Nem titubeei: "Carnaval de 1919", à luz do que a gente estava para viver lá por aquele fevereiro de 2020. Retomei o trabalho daí, pensando em enredo, correndo para saber mais e, quando vi, já tinha reunido material suficiente para pensar num livro.
"A ideia inicial era contar a história daquele flagelo a partir das memórias dos contemporâneos. Na busca de material para esse projeto, topei com a história do Carnaval de 1919."
"A alegria e a tristeza estão num contínuo, sempre. Mas não podemos perder de vista as misérias 'espantadas' naqueles dias."
"Minha bisavó, conta a família, pegou gosto pelos desfiles e chegou a acompanhar de perto as escolas, a convite dos clientes do samba."
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O Rio de Janeiro pode até ter sido palco de dois carnavais, e para o folião carioca em 1912 parece que estava tudo bem, diferente de 110 anos depois: pelo menos de hoje (25) até a próxima Quarta-feira de Cinzas (2/3), há blocos se organizando extraoficialmente para desfilar em diferentes pontos da cidade, pretendendo repetir a dose daqui a dois meses, no mesmo fim de semana da Alvorada de São Jorge. Pela segunda vez na história do Rio, a festa foi incluída em abril..
O problema, além do adiamento neste ano, foi ter ficado sem festa em 2021. Ainda assim, é em meio às indefinições da covid-19 que o jornalista David Butter, vasta experiência no telejornalismo e jornalismo digital com mestrado em religião na contemporaneidade, está lançando "De Sonho e de Desgraça" (Mórula Editorial, 2022): para rememorar o tempo de outra pandemia - a de gripe espanhola - e saudar "outros carnavais". Melhor, outro carnaval, o de 1919..
Para ele, que estreia como autor de livros-reportagem, a principal lição da pesquisa e da escrita da obra foi a "capacidade de retrabalhar as chagas de uma tragédia em arte, no contexto de uma festa". Confira abaixo na íntegra a entrevista exclusiva que o Portal Eu, Rio! fez com o escritor. E, claro, feliz carnaval..
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O que o motivou a escrever sobre certo carnaval que ocorreu há um século? O livro foi pensado antes da pandemia ou a partir dela?.
Uns dois anos antes do centenário da Gripe Espanhola, em 2018, eu havia desenvolvido projeto de documentário sobre a passagem daquela pandemia pelo Rio de Janeiro, em 1918. A ideia inicial era contar a história daquele flagelo a partir das memórias dos contemporâneos. Na busca de material para esse projeto, topei com a história do Carnaval de 1919 e de figuras como o Lord Jamanta, um folião famoso do início do século, que havia desempenhado um papel heróico na pandemia. Passada a janela para fazer o projeto vingar, engavetei a ideia. Em fevereiro de 2020, com a iminência da chegada do Covid-19 ao Brasil, eu revisitei aquela pesquisa, provocado pela pergunta de um amigo: "Qual é seu enredo dos sonhos?". Nem titubeei: "Carnaval de 1919", à luz do que a gente estava para viver lá por aquele fevereiro de 2020. Retomei o trabalho daí, pensando em enredo, correndo para saber mais e, quando vi, já tinha reunido material suficiente para pensar num livro. .
"A ideia inicial era contar a história daquele flagelo a partir das memórias dos contemporâneos. Na busca de material para esse projeto, topei com a história do Carnaval de 1919."
"A alegria e a tristeza estão num contínuo, sempre. Mas não podemos perder de vista as misérias 'espantadas' naqueles dias."
"Minha bisavó, conta a família, pegou gosto pelos desfiles e chegou a acompanhar de perto as escolas, a convite dos clientes do samba."