O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, nesta terça-feira anunciou que a vacina brasileira contra a covid-19 está em fase de testes que devem terminar em nove meses.
Marcos Pontes participou da feira de telecomunicações em Barcelona e disse que a vacina foi desenvolvida por pesquisadores brasileiros ligados ao ministério, pela Rede Vírus MCTI em parceria com a americana HDT Bio Corp. A produção está a cargo do SENAI CIMATEC de Salvador, na Bahia.
No teste de fase 1 participam 90 adultos saudáveis, com idade entre 18 e 55 anos. O objetivo é avaliar a segurança, a capacidade de gerar resposta imune e as reações adversas da vacina.
O cronograma de teste prevê duas doses em diferentes intervalos, com 29 e 57 dias, e também dose única.
Além de Salvador, os testes com voluntários devem acontecer ainda nos Estados Unidos e na Índia. Os testes de fase 1, autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) também estão sendo em Salvador.
“Nós investimos em 16 tecnologias de vacinas no Brasil. Dessas 16, cinco entraram na Anvisa para iniciar os teste clínicos. Uma dela passou, foi aprovada pela Anvisa e já começou os testes clínicos que deve durar nove meses”, disse o ministro que participou da Mobile World Congress 2022, principal feira do mundo do setor de telecomunicações, realizada em Barcelona.
A vacina utiliza a tecnologia de RNA mensageiro. Nesse tipo de vacina, o código genético do vírus vai para dentro do corpo, e, lá dentro, fornecem instruções para que as células e sistema imunológico construam uma resposta e gerem anticorpos.
A tecnologia RepRNA permite que o RNA seja capaz de se autorreplicar dentro das células, o que garante uma resposta imune robusta e duradoura com uma dose menor da vacina. De acordo com Pontes, o investimento aplicado pelo governo para a elaboração do imunizante será de R$ 350 milhões.
O teste de fase 1 prevê a participação de 90 adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos e visa avaliar a segurança, imunogenicidade (capacidade de gerar resposta imune), e a reatogenicidade (possível reação adversa no organismo) da vacina.
O cronograma de teste prevê a aplicação do imunizante em duas doses em diferentes intervalos. O primeiro grupo receberá duas doses com intervalo de 29 dias; o segundo grupo receberá duas doses com intervalo de 57 dias. Um terceiro grupo de voluntários receberá uma dose única da vacina. Além disso, também serão avaliados três níveis de dose de 1 ?g (micrograma), 5 ?g ou 25 ?g.
Os testes com voluntários devem acontecer também nos EUA e na Índia.
Ouça no podcast Eu, Rio! matéria da Rádio Nacional sobre a vacina brasileira contra a covid-19.