Policiais civis da 76ª DP (Niterói) deflagram, nesta segunda-feira (07/03), a operação Stop Loss contra uma quadrilha de estelionatários que aplicavam o golpe do empréstimo consignado em aposentados e servidores públicos. Ao todo, sete mandados de prisão e cinco de busca e apreensão foram cumpridos.
Em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói os policiais prenderam os chefes da quadrilha: Paulo Roberto Rodrigues Venerando e o filho, Rodrigo dos Santos Venerando. Na casa deles havia três automóveis de luxo da marca Audi.
Policiais encontram três veículos da marca Audi na casa dos golpistas presos. Foto: Reprodução TV Globo.
Segundo as investigações, os golpistas abriam empresas em nome próprio ou de "laranjas" e atraíam clientes oferecendo retornos vantajosos em investimentos no mercado financeiro. Os recursos eram obtidos por meio de empréstimos consignados contraídos pelas vítimas com a orientação dos criminosos. De acordo com os agentes, o bando tinha duas modalidades de golpe: “no amor” e “na dor”.
Após os empréstimos, as vítimas ficavam com 10% do valor e transferiam 90% para contas bancárias indicadas pela empresa. Para dar aparência de legalidade, as firmas emitiam um contrato de cessão de crédito e investimento em que se encarregavam de fazer as supostas operações no mercado financeiro para pagar todas as parcelas dos consignados.
Como as operações financeiras prometidas pela empresa eram inexistentes, após o pagamento das primeiras parcelas, os estelionatários fechavam as portas das firmas e desapareciam com o dinheiro, deixando as dívidas dos empréstimos para as vítimas.
Empresas do golpe
As empresas usadas no golpe eram a Destak Soluções Financeiras, a Red Cred e a Imperial Gestão de Finanças — esta foi aberta no nome de uma senhora de 80 anos e portadora da doença de Parkinson.
Já a Destak foi aberta na Bahia e lesou pessoas sobretudo na capital, Salvador.
Segundo o delegado Luis Henrique Marques, essas firmas foram abertas exclusivamente para o golpe. “Os principais alvos eram funcionários públicos”, disse.
“Somando todos os inquéritos, chegamos a 100 vítimas”, destacou o delegado.
“Não se iluda com promessa fácil. Não existe lucro de 10% ao mês”, alertou
Os agentes da 76ª DP descobriram que por trás de três empresas usadas para praticar os golpes estavam o pai e o filho. A ficha criminal de cada um possui cerca de 20 anotações por estelionato, organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro. Apesar do histórico, eles nunca haviam sido presos.
Um fato que surpreendeu os investigadores é que uma das empresas que fechou as portas, em setembro de 2021, tinha como sócia-administradora a idosa de 80 anos, acometida por um quadro de demência grave. Ela é tia de outro envolvido no esquema criminoso, que tirou proveito do estado de saúde da mulher para usá-la como "laranja" da firma.