Moradores do bairro de Cordovil, na Zona Norte do Rio, fizeram manifestação nesta terça-feira (05) em protesto pelo assassinato do lutador de jiu-jitsu Cauã da Silva Santos, de 17 anos, na última segunda-feira (04). Segundo seus familiares, policiais militares o balearam, após ele sair de um projeto social, e ainda teriam atirado seu corpo em uma vala. A manifestação começou na noite da última segunda-feira. Seus parentes foram hoje ao Instituto Médico Legal (IML) providenciar a retirada do corpo.
No protesto, os manifestantes atearam fogo em três ônibus. Dois deles ficaram completamente destruídos e motoristas conseguiram conter as chamas que atingiram o terceiro. Durante o ato, os moradores pediram justiça.
De acordo a família de Cauã, ele saiu na noite de ontem de um evento no Centro Esportivo Resgate, projeto social da associação de moradores da comunidade de Dourado, no Cordovil, quando foi baleado com um tiro no peito. Testemunhas acusam um policial militar pela morte do adolescente. Familiares afirmam que PMs recolheram as cápsulas que estavam no chão momentos após os tiros.
Os familiares acrescentaram que o evento social fora patrocinado por dois vereadores e que, no final, os policiais entraram atirando. Houve correria e Cauã foi cercado e baleado.
De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, 18 crianças e adolescentes foram baleados e seis mortos na Região Metropolitana do Rio somente este ano. Para a entidade, a morte de Cauã não foi um fato isolado. Entre os mortos, quatro aconteceram durante ações e operações policiais.